Renato Feder, secretário da Educação do Paraná, divulgou hoje no Facebook que recusou o convite para assumir a pasta do MEC (Ministério da Educação), realizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

De acordo com a publicação feita em seu perfil oficial, Feder agradeceu o convite afirmando ter se sentido honrado, porém permanece em seu projeto no estado do Paraná.

Convite

Feder explicou através das redes sociais que recebeu o convite na quinta-feira (2) através de uma ligação telefônica feita pelo presidente. Ele se declarou honrado e afirmou que o convite é uma forma de coroar o trabalho executado por mais de 90 mil profissionais envolvidos na educação no Paraná.

Feder agradeceu Bolsonaro, mencionou seu apreço, mas declinou o convite, afirmando que seguirá com seu projeto voltado à educação no estado do Paraná, e desejou sorte ao presidente e uma boa gestão no MEC.

Decotelli x Feder

Ao contrário de Carlos Alberto Decotelli, que teve sua indicação aprovada por boa parte dos apoiadores de Bolsonaro, devido à sua carreira militar e participação na igreja evangélica, Feder, por ser uma figura mais neutra, causou controvérsias.

Desde a semana passada, quando Decotelli se demitiu do cargo, o nome de Feder foi cotado para o Ministério da Educação.

A bancada ideológica dos apoiadores de Jair Bolsonaro reagiram de diversas formas. A ala evangélica foi a primeira a se manifestar contra a indicação de Feder.

Um livro de autoria do ex-empresário também foi motivo de polêmica. Na obra feita em parceria com Alexandre Ostrowiecki, Feder defende a privatização das instituições públicas de ensino, e na 10° página ele dedica seu livro ao dinheiro.

No trecho em que a dedicatória aparece, o secretário da Educação menciona os problemas no sistema monetário, porém afirma que o dinheiro é a melhor invenção já realizada, pois acabou com o segmento de um mundo dominado pela guerra, doenças e pela fome.

Acompanhado da frase "Ao dinheiro", estava a dedicatória para homens e mulheres que tem como objetivo melhorar de vida.

O livro foi escrito quando Feder tinha apenas 26 anos de idade. Ao mencionar que todos devemos evoluir e amadurecer desde a juventude, ele afirma que não concorda mais com várias idéias descritas no livro, e que deve ser avaliado por sua gestão e trabalho atual e não por algo que realizou há 15 anos.

Mesmo recebendo apoio de boa parte de políticos próximos ao presidente Jair Bolsonaro, um dos fatores que influenciou diretamente na resistência ao seu nome foi a proximidade de Feder com o atual governador de São Paulo, João Doria, visto hoje como um dos grande rivais políticos da bancada bolsonarista.

Em meio à pandemia de coronavírus, quando a saúde e educação estão um caos, o Brasil encontra uma grande dificuldade para estabelecer o ministério da educação.