O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem um de seus filhos investigados no suposto esquema de rachadinha da Alerj, conta agora com uma investigação que atinge outro de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, (Republicanos-RJ).

Segundo informações da Globonews, Carlos Bolsonaro é investigado, suspeito de contratar funcionários fantasmas em seu gabinete quando realizava seu primeiro mandato como vereador, no ano de 2001.

De acordo com as investigações por parte do Ministério Público do Rio de Janeiro, este seria um crime de peculato. O vereador tinha apenas 17 anos quando foi eleito à câmara municipal.

Globonews

A Globonews teve acesso à documentação do inquérito e revelou os fatos através de uma reportagem. Segundo as informações, o Ministério Público investiga diversos servidores do gabinete à época, entre eles uma mulher contratada por Carlos entre os anos de 2003 e 2005.

O Ministério Público já ouviu pelo menos oito pessoas relacionadas ao vereador neste período. O trabalho que vem sendo realizado desde o mês de julho de 2019 foi acatado pela Subprocuradoria-Geral de Justiça, que a pedidos dos promotores permitiu a abertura dos processos investigatórios.

Funcionários Fantasmas

Ainda de acordo com o documento, as pessoas suspeitas de terem sido os funcionários fantasmas do gabinete têm em boa parte idade elevada, residem fora da cidade e em alguns casos até fora do estado. Estes dados comprovam a inviabilidade de que os assessores parlamentares executassem os trabalhos condizentes com seus cargos.

Entre os investigados, existem assessores que permaneciam longos períodos, muitas vezes por meses, sem aparecer no gabinete do vereador, outros nem ao menos possuíam o crachá de servidor.

Diva da Cruz Martins

Diva é uma das pessoas apontadas como funcionária fantasma. A senhora, que já tem 72 anos, trabalhou para o filho do presidente de 2003 a 2005, e esteve lotada em seu gabinete em períodos no primeiro e segundo mandato.

Em depoimento, Diva revelou que seu "trabalho" era ir até o gabinete na câmara municipal apenas uma vez por mês, pegar alguns e folhetos e distribuir para a população de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A assessora recebia na época um salário de R$ 3 mil.

Ainda em depoimento, Diva afirma que nunca se encontrava com ninguém, nem ao mesmo sabe dizer quem trabalhava no gabinete, alegando que apenas ia e voltava. A ex-assessora parlamentar de Carlos realmente mora na cidade de Nova Iguaçu, porém quando questionada pelo Ministério Público sobre sua ocupação, a senhora não soube responder qual era realmente o seu cargo, e apesar de garantir que sempre que ia buscar os folhetos ela aproveitava para bater o ponto.

Nenhum registro comprovou a presença dela no gabinete de Carlos. As investigações seguem em segredo de Justiça.

Carlos Bolsonaro

O vereador e filho de Bolsonaro usou seu perfil no Twitter para criticar a reportagem da Globo por vazar algo que está em segredo de Justiça.

Carlos ainda alega que os fatos apresentados contam com desinformação e que tudo será esclarecido devidamente à Justiça e não à Globo, que de acordo com ele tem objetivos que todos já conhecem.