No ano de 2015, Cristiano Correia Souza e Silva realizou a venda de uma loja de chocolates para o então deputado e atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O ex-proprietário da loja revelou que, ao tentar denunciar um suposto esquema de notas frias na empresa, foi ameaçado.

As declarações foram reveladas na noite desta quinta-feira (14), pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo. De acordo com relatos de Cristiano prestados em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o esquema de notas aconteceu durante o período em que Flávio Bolsonaro era deputado estadual no RJ.

Cristiano prestou depoimento no processo que investiga o suposto esquema de rachadinha que levou à prisão de Fabrício Queiroz, do ex-assessor de Flávio.

Cristiano Correia Souza

De acordo com o depoimento, o ex-proprietário Cristiano Correia Souza negociou a venda de sua loja para o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2015, porém logo após a aquisição de Flávio Bolsonaro, antigos clientes de Cristiano o procuraram para relatar que vendas abaixo do valor de tabela estavam sendo realizadas, o que fez o ex-proprietário reportar os fatos à sede da Kopenhagen. A denúncia foi confirmada pela empresa para a equipe de reportagem do UOL, e o estabelecimento chegou a ser multado pela prática ilegal.

A denúncia acabou interferindo diretamente na vida de Cristiano e sua família, pois o sócio de Flávio Bolsonaro, Alexandre Ferreira Dias Santini, passou a realizar ameaças contra o casal. Nas investigações do ministério Público, Santini é visto como um possível laranja do esquema de rachadinha.

Boletim de Ocorrência

Ainda durante o depoimento, Cristiano revelou que sua esposa chegou a receber uma mensagem por parte de Alexandre Santini contendo fotos de pessoas enforcadas.

Após o acontecimento, o casal decidiu abrir um boletim de ocorrência, porém desistiu de levar a causa adiante em consequência do medo.

Ministério Público

Os fatos apresentados até o momento nas investigações faz com o que o Ministério Público do Rio de Janeiro acredite que a transação era realizada da seguinte forma: uma parte do dinheiro supostamente desviado pelo antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj seria enviado para a mencionada loja de chocolates, onde era realizada a lavagem dos recursos.

Apesar de a loja de chocolates ter sido administrada pelo então senador Flávio Bolsonaro e sua esposa Fernanda Bolsonaro, durante este período, o ex-deputado nega que qualquer tipo de irregularidade tenha acontecido no estabelecimento.

No último depoimento referente ao esquema de rachadinha, Flávio Bolsonaro teve contradições expostas pela imprensa.