Nesta terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia anunciado a parceria com São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac. A vacina, criada pela farmacêutica chinesa Sinovac, está sendo produzida no Instituto Butantan, no estado de São Paulo.

Declaração de Bolsonaro

Um dos seguidores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) postou um pedido nas redes sociais para que Bolsonaro não autorizasse a compra, pois ele tem apenas 17 anos e quer um futuro livre de interferências chinesas. O presidente respondeu à solicitação afirmando que a Coronavac não será comprada.

Ele ainda usou letras maiúsculas para responder o jovem.

Outro seguidor do presidente chamou Pazuello de traidor, justificando que Bolsonaro havia sido enganado por mais um dos integrantes de seu Governo. Em resposta, Bolsonaro disse que qualquer coisa que seja publicada sem a devida comprovação acaba virando uma traição.

Também indignada com a possibilidade de a vacina da Sinovac ser fornecida em nível nacional, outra seguidora disse que o Pazuello era um "Mandetta Milico" no governo.

Jair Bolsonaro informou que nesta quarta-feira (21) toda esta situação será esclarecida e que todos poderiam ter certeza que a Coronavac não será adquirida pelo governo.

Pazuello

Na última terça-feira (20), o ministro da Saúde se reuniu com os governadores dos estados, quando anunciou que realizaria a compra e que a Coronavac seria incluída no Programa Nacional de Imunização.

Ainda no encontro, Pazuello afirmou que a vacina produzida no Instituto Butantan seria a vacina do Brasil. Um dos fatores que ele expôs é que 75% das vacinas que usamos no Brasil já são produzidas pelo instituto.

Uma das grandes vantagens que o acordo traria à população brasileira é que as vacinas já seriam fabricadas e distribuídas no início de janeiro, reequilibrando, aos poucos, a situação do país.

Polêmicas

Um dos fatores que influencia diretamente na postura de Jair Bolsonaro é o desafeto político que ele cultiva com o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Além disso, o fato da vacina ter sido criada pela China impõe uma guerra a Bolsonaro, que defende um viés ideológico contrário. Por fim, o fato de Bolsonaro ser aliado direto do governo dos EUA, que é inimigo declarado da China, também influencia na postura contrária a Coronavac.

Além de ser contra a compra da vacina, que é atualmente a mais avançada e promissora para o Brasil, o presidente diverge também da obrigatoriedade, travando mais uma guerra contra Doria. Bolsonaro se manifestou contra a obrigatoriedade assim que o governador de São Paulo comunicou que a vacinação no estado será obrigatória.