Hamilton Mourão, vice-presidente da República, causou polêmica nesta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, ao afirmar que no Brasil não existe racismo.

No momento de sua fala, Mourão estava comentando sobre a morte de um homem negro que foi espancado por dois seguranças em um supermercado em porto Alegre na noite de quinta-feira (19).

O vice-presidente disse que a morte foi algo lamentável e que isto era caso de uma segurança que não tinha preparo adequado.

Mourão foi questionado algumas vezes pelos jornalistas acerca de sua afirmação sobre a inexistência de racismo no país.

Ele confirmou que realmente não tinha racismo no Brasil. “Para mim, no Brasil não existe racismo”, disse Mourão.

Ele ainda acrescentou que o racismo era algo que as pessoas queriam importar para o Brasil, mas assegurou que aqui não existe este tipo de crime.

Mourão reafirma que não existe racismo no Brasil

Após sua fala polêmica, um dos jornalistas pediu para que ele confirmasse o que tinha dito, e Mourão afirmou que estava afirmando com toda a tranquilidade que aqui não existia racismo.

Em seguida, outro repórter insistiu na pergunta e questionou ao vice-presidente se a morte de João Alberto não seria um caso de racismo, e ele respondeu que racismo tinha era nos Estados Unidos.

Mourão disse que morou por um período lá e na escola que frequentou ele via o quanto o racismo era nítido.

Ele contou que na escola que estudou as pessoas de cor de pele diferente viviam separadas. Além disso, ele garantiu que nunca viu algo assim parecido no Brasil. Ele contou ainda que quando morou nos EUA, era adolescente e ficou espantado com o que via no país. Segundo ele, isto foi no final da década de 60.

Mourão diz que no Brasil existe desigualdade, mas não racismo

Prosseguindo seu posicionamento sobre o assunto, Mourão mencionou que quando morou nos EUA viu que “as pessoas de cor” sentavam na parte de trás do ônibus e não na frente. Ele disse que esta situação era racismo, mas pontuou novamente que no Brasil não existe isso.

Segundo Mourão, o que existe no país é a desigualdade, mas não racismo.

Homem negro é assassinado em supermercado

João Alberto Silveira Freitas foi assassinado por dois seguranças brancos dentro de um supermercado em Porto Alegre. O soldador, de 40 anos, foi espancado até a morte, na noite de quinta-feira (19).

As imagens que mostram a agressão sofrida pelo homem viralizaram nas redes sociais. Os dois guardas, suspeitos de praticarem o crime, foram presos em flagrante. Um deles tem 24 anos e o outro 30. Um dos suspeitos, identificado como Giovani Gaspar da Silva, é policial militar. O outro, identificado como Magno Braz Borges, trabalhava como segurança da loja.