O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que não irá tomar a vacina e ainda classificou com um adjetivo nada elogioso quem o considera um mau exemplo por não se imunizar.

Bolsonaro fez a declaração na quarta-feira (17), em Porto Seguro, cidade localizada no sul da Bahia, na ocasião ele anunciou duas medidas provisórias para renegociar dívidas.

O evento aconteceu no aeroporto da cidade baiana e contou ainda com a presença de Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional.

Bolsonaro afirmou que algumas pessoas dizem que ele está dando um exemplo péssimo.

E para estas pessoas o presidente disse outro adjetivo deselegante, recebendo palmas de quem estava no local.

A lógica de Bolsonaro é que, por já ter sido contaminado pelo novo coronavírus, ele já tem anticorpos, então ele questionou qual seria a necessidade dele tomar vacina.

Durante sua fala, o líder do Executivo voltou a defender a não obrigatoriedade da vacina e que os cidadãos têm o direito de escolher se querem ou não receber tratamento médico.

Ele ainda afirmou que se está lidando com vidas e que o Brasil é uma democracia, que não é Venezuela e nem Cuba.

Não é bem assim

A opinião de especialistas não vai na mesma direção do que foi declarado por Bolsonaro. Em entrevista ao portal G1, a neurocientista Mellanie Fontes-Dutra é uma das que apontaram estudos que indicam que os milhões de brasileiros que foram infectados com a Covid-19 deverão se imunizar.

A cientista afirma que imunidade da vacina tem potencial para beneficiar a imunidade natural das pessoas. Também ao G1, a epidemiologista Denise Garrett diz que a vacina pode oferecer uma maior imunidade.

No vídeo em que Bolsonaro faz suas declarações que contrariam a ciência, não dá para saber se o mandatário já tinha conhecimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgava a obrigatoriedade da vacina.

Na tarde de quinta-feira (18), o plenário do Supremo terminou o julgamento que teve o placar de dez votos favoráveis às medidas de restrição para quem se recusar a se vacinar contra a Covid-19 contra um voto de quem não era favorável à restrição daqueles que não quiserem se vacinar.

Pfizer

Segundo o que foi alegado por Bolsonaro, a empresa estadunidense Pfizer, que está negociando vender para o Governo federal vacinas, não irá se responsabilizar por eventuais efeitos colaterais depois da aplicação do imunizante.

Segundo o governo federal, as medidas provisórias anunciadas pelo presidente irão permitir que empreendedores tenham condições de renegociarem suas dívidas com os Fundos Nacionais de Financiamento do Norte (FNO), além dos Fundos do Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO). Além dos Fundos de Investimentos da Amazônia (Finam) e Nordeste (Finor).