Nesta segunda-feira (22), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a fazer severas críticas ao atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O presidente brasileiro disse, diante de seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, que Castello Branco "está em casa sem trabalhar" e sugeriu que está faltando mais "transparência" dentro da estatal. Bolsonaro afirmou ainda que a política atual da empresa deixa o mercado financeiro “feliz” e só atende aos interesses de “alguns grupos” dentro do país.

A crise entre Bolsonaro e a empresa estatal ficou mais evidente nessa última semana, logo após o anúncio da subida dos preços do diesel e da gasolina.

Depois de avisar que faria algumas mudanças, Bolsonaro avisou também, na noite da sexta-feira (19), que indicou o nome de Joaquim Silva e Luna para ser o novo presidente da empresa. Contudo, a indicação do presidente tem que ser aprovada pelo Conselho de Administração da empresa. O mandato de Castello Branco tem prazo até o dia 20 de março.

Ainda, o presidente afirma que a Petrobras só está enxergando os interesses de alguns grupos e por isso mesmo alguns setores dentro do mercado financeiro estariam muito incomodados com a mudança da presidência da estatal. Houve, inclusive, na bolsa de valores, uma queda significativa das ações da Petrobras nesta segunda-feira.

Bolsonaro disse que essa resposta negativa do mercado financeiro "é sinal que uns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras, atender os interesses próprios de alguns grupos no Brasil, nada além disso".

Bolsonaro ainda afirmou que isso não interfere na empresa, mesmo reclamando publicamente dos preços. Afirou ainda que trocar de presidente é um direito que cabe à presidência, muito embora quem deve decidir quem vai ou não se apossar do cargo é o conselho dentro da própria Petrobras.

Home office de Castello Branco

Bolsonaro disse para seus seguidores que Castello Branco estava fazendo home office durante o período da pandemia e que, pelo menos para ele, isso seria “inadmissível”.

Disse o presidente que ele está há 11 meses sem trabalhar, mencionando as medidas para evitar o contágio pelo coronavírus. Com a pandemia da Covid-19, vários funcionários públicos e privados fazem home office.

Na opinião do chefe do Executivo, o presidente da estatal deve estar à frente da empresa, assim como seus diretores.

Segundo Bolsonaro, a questão de se fazer home office, para ele, é algo inadmissível. Por fim, Bolsonaro disse estar insatisfeito com a produtividade da empresa e salientou que o ritmo de trabalho da Petrobras está, o que ele chamou em tom irônico, “diferenciado”.