Nesta segunda-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de uma entrevista no programa "Brasil Urgente", apresentado por José Luiz Datena na TV Band, e comentou que ele e seus irmãos estão realizando uma votação para saber se vão vacinar ou não a mãe, dona Olinda Bonturi Bolsonaro, de 93 anos, que se enquadra no grupo de risco.
Na ocasião Bolsonaro disse que o vírus é real e o risco de sua mãe contrai-lo tem preocupado os membros da família, por isso, decidiram fazer uma votação para saber a opinião de cada um sobre se vacinam ou não Olinda.
O presidente disse que já havia dado seu voto a favor da vacinação, mas ressaltou que os imunizantes que estão sendo aplicados não possuem comprovação científica.
Bolsonaro diz inverdades sobre a eficácia da vacina
Bolsonaro está equivocado ao dizer que as vacinas não tiveram suas eficácias comprovadas cientificamente, pois os dois imunizantes que vêm sendo usados no Brasil –CoronaVac e Oxford/AstraZeneca– passaram por testes realizados por seus fabricantes e receberam a aprovação emergencial por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 17 de janeiro.
Os dois imunizantes tiveram um alcance acima de 50% de imunização, resultado que considerado aceito pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para aprovação e utilização do medicamento.
Nenhum dos voluntários que receberam o medicamento apresentaram piora na Covid-19 e as porcentagens de proteção aos pacientes que recebem a vacina são próximas das que fazem parte do PNI (Programa Nacional de Imunização), como a da gripe, por exemplo.
MP pressiona a Anvisa
No último dia 4 de fevereiro, o Senado aprovou uma Medida Provisória (MP) sobre os imunizantes, pedindo para Anvisa revisar pedidos sobre o uso emergencial de vacinas que estão sendo usadas em outros países e liberar para que possam ser usadas aqui no Brasil também.
O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, pediu para Bolsonaro barrar a MP e ameaçou acionar o Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltando que vê a decisão como extrema por parte dos parlamentares e que o momento não está favorável para tomar tal decisão.
Sobre o assunto, Bolsonaro disse que terá que decidir se irá barrar ou tornará um decreto.
Em seguida ele explicou que o dispositivo tem como função obrigar a Anvisa a decidir em até cinco dias se uma vacina será ou não aprovada, forçando assim a Anvisa a aprovar imunizantes sem uma devida verificação.
Sem passar uma certeza se aprovará ou não a MP, Bolsonaro disse que o Governo tem que estar alinhado à Anvisa e ressaltou que qualquer decisão que vá tomar tem que consultar seus ministros para saber a opinião de cada um em relação ao assunto.
O presidente disse também que a Anvisa é uma instituição independente e que o Ministério da Saúde é quem vai decidir isso junto à agência.