Há uma concordância entre os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de que o início do fim da Operação Lava Jato se deu após o ex-juiz e ex-líder da força-tarefa, Sergio Moro, ingressar no Governo Bolsonaro. No final de 2018, Moro aceitou o convite de Jair Bolsonaro, recém-eleito presidente da República, para comandar o cargo de ministro da Justiça em sua gestão. As informações são do colunista Gerson Camarotti, do portal G1.

Segundo informações do colunista, um dos integrantes do Supremo afirmou que "a decisão de Moro de entrar no governo Bolsonaro foi o maior erro da Lava Jato".

Para ele, até mesmo os simpatizantes da operação não se sentiram confortáveis com a ligação de Moro ao governo. Isto porque, para o integrante, esta ligação teria fragilizado a Lava Jato, uma operação que era famosa por ter quebrado um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil. O integrante do STF avalia ainda que o fato de Sergio Moro aceitar um cargo político em decorrência da saída da força-tarefa foi um grande erro que culminou no julgamento de sua suspeição nos processos do ex-presidente Lula. Isto seria, para o integrante do STF, uma consequência de uma decisão errada de Moro.

Desgaste de Moro e Lava Jato

Segundo o colunista do G1, os ministros do Supremo acreditam que a troca de mensagens entre Moro e os procuradores da operação, que foram hackeadas e divulgadas, contribuiu para que o desgaste da força-tarefa se intensificasse ainda mais.

Isto porque a situação causou desconforto na Corte, que julgou que houve excessos na Lava Jato.

Além disso, outro fator que contribuiu para o desgaste do ex-juiz, segundo o colunista, foi a crise gerada entre Moro e Bolsonaro. Na avaliação dos ministros do STF, isso teria tido um peso grande.

Moro x Lula

Após Edson Fachin anular as condenações da Lava Jato contra Lula, o STF pautou na última terça-feira (9) a análise da suspeição de Moro nos processos envolvendo o petista.

Até o momento, a votação segue empatada em 2 a 2, e o voto de Nunes Marques segue indefinido. Ele pediu vista para analisar com mais calma o processo.

Enquanto isso, Lula, que está elegível, tem discursado e comentado acerca da anulação de suas sentenças. Em discurso nesta quarta-feira (10), o petista afirmou que, apesar de tudo, não guarda mágoas, pois, segundo ele, ver o sofrimento dos brasileiros lhe dói mais do que qualquer coisa.

Ele citou que tem muitos brasileiros que estão passando por situações de extrema pobreza e sem alimentos. Além disso, Lula criticou Moro e afirmou que espera que ele seja considerado suspeito em seus processos.