Após ter um bate-boca nas redes sociais com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a cantora Anitta voltou ao seu Twitter nesta quinta-feira (22) para dar sua opinião sobre as respostas que recebeu do integrante do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo a funkeira, fazer críticas ao governo Bolsonaro e abrir suas respostas no Twitter seria como entrar numa sala de aula do quinto ano na escola e comunicar que não vai ter ponto facultativo no feriado. Os revoltados iriam xingar muito o inspetor, e a cantora escreveu vários possíveis xingamentos.
Ela continua dizendo que seria igual o vídeo em que o comediante Fabio Porchat ensina como discutir com um “bolsonarista”.
Falar mal do governo Bolsonaro e abrir suas menções no twitter é tipo entrar na sala do 5° ano no colégio e dizer que não vai ter ponto facultativo no feriado... os revoltados xingando o inspetor que deu a notícia: "seu arrombado", "vai lá ô corno", "já é cuzao", "flw otario"
— Anitta (@Anitta) April 22, 2021
A discussão entre Salles e Anitta
A discussão entre o ministro Ricardo Salles e a cantora Anitta ocorreu no Twitter na última quarta-feira (21). O motivo foi uma postagem na qual a cantora pedia a saída do ministro do governo Bolsonaro, sendo depois chamada por Salles de “Teletubbies”, em alusão a um programa muito famoso nos anos de 1990 destinado ao público infantil.
Na manhã de quarta, um dia antes da Cúpula do Clima, a hashtag para a saída de Salles era o assunto mais comentado do Twitter. Muitas celebridades e políticos protestaram pedindo a demissão do ministro do cargo. A ação foi divulgada por coletivos de cidadãos e cidadãs em defesa da floresta amazônica.
Já outros ministros e membros que fazem parte do governo Bolsonaro defenderam Salles.
O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, a quem Salles chegou a chamar de “maria fofoca” e pediu desculpas depois, publicou uma hashtag pedindo a permanecia do ministro do Meio Ambiente.
Também o ministro das Comunicações, Fabio Faria, fez uma postagem com a mesma hashtag "FicaSalles", com uma foto que tem Salles e Bolsonaro juntos, com Faria e outros ministros.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, o assessor especial Felipe Martins e o secretario-executivo da Secretaria Geral da Presidência, Vicente Santini, também defenderam o colega de governo.
Contudo, Ricardo Salles foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) no último dia 14 de abril, em uma notícia-crime apresentada pelo então superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva.
Na notícia-crime, o delegado aponta a possibilidade de ocorrência dos crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e o crime de "obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais"
Logo depois da denúncia, o comando da Polícia Federal do Amazonas foi trocada. Quem entrou no lugar de Saraiva foi Leandro Almada da Costa.