Ricardo de Aquino Salles foi o nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para liderar o Ministério do Meio Ambiente. A decisão foi duramente criticada pela oposição e por ambientalistas, pois existem denúncias contra o atual ministro relacionadas à flexibilização de normas de proteção ao meio ambiente. Essas acusações se acumulam desde quando assumiu o cargo de Secretário do Meio Ambiente do Governo de São Paulo, durante a gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

Agora, em meio aos andamentos da CPI da Pandemia, que investiga eventuais omissões do poder público durante o enfrentamento da pandemia provocada pela Covid-19, o governo de Jair Bolsonaro ainda deve ser alvo de uma investigação da Polícia Federal.

Isso porque Ricardo Salles é alvo de uma operação do órgão que busca informações sobre a flexibilização de normas ambientais para a venda e exportação de madeira de origem ilegal.

Salles fala em 'passar a boiada'

No ano de 2020, foi divulgado um vídeo da reunião ministerial do governo federal onde Salles aparece dando uma declaração polêmica. O ministro disse que o momento era propício para "passar a boiada'", em uma suposta referência à flexibilização de leis de proteção ao meio ambiente.

É importante salientar que, desde o início do governo de Jair Bolsonaro, houve um significativo aumento de desmatamentos e queimadas na região da Amazônia. Outros países criticaram o Brasil, e os Estados Unidos, com a liderança de Joe Biden, chegou a ameaçar a aplicação de sanções ao país caso a degradação do meio ambiente continue.

A ativista ambiental Greta Thunberg, que ficou famosa mundialmente por suas manifestações favoráveis à proteção da Natureza, também já criticou uma fala de Salles.

Aliados do governo sugerem afastamento de Salles

Diante da operação da Polícia Federal, aliados do presidente da República aconselham que Ricardo Salles seja ao menos afastado de forma temporária do comando da pasta, visto que a deflagração dessa investigação pode encontrar irregularidades e, portanto, é melhor para a imagem do governo federal que esse afastamento ocorra antes da comprovação de supostos crimes cometidos por ele.

Rumores já apontaram a possível saída de Salles do governo diante do encaminhamento de uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal relacionada com o ministro.

Ricardo Salles é alvo de operação da PF

A Polícia Federal informa que foram levantadas suspeitas de "movimentação financeira estranha" em um escritório de advocacia, que te com um dos sócios Ricardo Salles.

O Ministério Público já apontou que o atual chefe do Ministério do Meio Ambiente alterou planos de manejamento das várzeas do rio Tietê para favorecer empresas, quando ainda era secretário estadual em São Paulo. Entretanto, o Tribunal de Justiça do estado absolveu Salles.

De acordo com o órgão que relatou a denúncia, existiam alterações em mapas ambientais elaborados pela Universidade de São Paulo e indícios de perseguição a uma fundação de proteção ao meio ambiente.