O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), participou do lançamento da Semana Nacional das Comunicações, nesta quarta-feira (5), no Palácio do Planalto, em Brasília.

Trabalho dos jornalistas

Bolsonaro iniciou seu pronunciamento comentando sobre o tema relativo ao evento, afirmando que a imprensa nacional tem enorme liberdade. "É uma satisfação estar à frente de um Governo que mais prega e age pela liberdade de imprensa e de informação. Os militares, quando sentam praça, juram dar a vida pela pátria. Os que tiveram as ruas neste último 1º de Maio, bem como muitos outros milhões que não puderam ir às ruas, tenho certeza, darão suas vidas por liberdade.

Ninguém pode ser feliz se não tiver liberdade, ao contrário dos que muitos pensavam, estamos dando exemplo de como defender a nossa liberdade de imprensa, por mais que ela possa ser opositora ao governo", disse.

Decreto de Bolsonaro

Ainda durante o pronunciamento, o presidente ameaçou editar um decreto baseado na Constituição, dizendo que os brasileiros estão sendo cerceados de sua liberdade. "Nas ruas já se começa a pedir por parte do governo que ele baixe um decreto. E se eu baixar um decreto, vai ser cumprido. Não será contestado por nenhum tribunal, porque ele será cumprido. E o que constaria no corpo desse decreto? Constariam os incisos do artigo 5º da Constituição. O Congresso ao qual integrei tenho certeza que estará ao nosso lado.

O povo ao qual nós, Executivo e parlamentares, devemos lealdade absoluta, obviamente estará ao nosso lado. Quem poderá contestar o artigo 5º da Constituição?", continuou.

Sem ser totalmente direto, Bolsonaro parecia se referir às medidas de lockdown adotadas por prefeitos e governadores de algumas localidades, depois da disparada dos casos de mortes em virtude do coronavírus, optaram pelo fechamento de algumas atividades para tentar conter a disseminação da Covid-19.

"O que nós queremos do artigo 5º de mais importante? Queremos a liberdade de curso, queremos a liberdade para poder trabalhar, queremos o nosso direito de ir e vir. Ninguém pode contestar isso. E se esse decreto eu baixar, repito, será cumprido. Juntamente com o nosso parlamento. Juntamente com todo poder de força que nós temos em cada um dos nossos, atualmente, vinte e três ministros", disparou.

O presidente seguiu com seu raciocínio a respeito do decreto. "Vocês fizeram a Constituição de 1988, o Brasil não pode ser um país condenado ao fracasso por que alguém delegou competências esdrúxulas a governadores e prefeitos. O que o povo quer de nós é que nós seguimos o norte dado por esse povo", criticou.