O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, foi entrevistado na segunda-feira (24) no programa "UOL Entrevista", do portal UOL. A atração foi apresentada por Fabíola Cidra e teve a participação dos colunistas Josias de Souza e Thays Oyama. Aziz declarou na entrevista que caso o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello volte a mentir na comissão parlamentar de inquérito que investiga as ações e eventuais omissões do Governo federal na gestão da pandemia da Covid-19, o general irá sair algemado da oitiva. O requerimento para um novo depoimento de Pazuello será votado nesta terça-feira (25).

Habeas corpus

O senador disse que não pode afirmar que irá prender o general, porém garantiu que se o ex-ministro comparecer à comissão sem um habeas corpus, o general não irá mais debochar da CPI e da população. Aziz prosseguiu dizendo que Eduardo Pazuello não faltou com o respeito aos senadores e sim com a população brasileira e também com o Exército. “Se ele mentir, sairá algemado de lá”, disse Omar.

Aziz citou que o general em seu primeiro depoimento prestou declarações conflitantes sobre as negociações do governo federal para adquirir as vacinas e que esta é a razão para que ele seja ouvido novamente.

O entrevistado ainda disse que, diferentemente do que aconteceu com o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten --que teve a prisão negada por Aziz após pedido do relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL)--, se houver hoje um pedido de prisão na comissão, isso não afetaria a CPI, pois, em sua opinião, a comissão parlamentar de inquérito já está “consolidada”.

Ele explicou que a atitude que tomou em relação a Wajngarten não deve ser esperada pelos próximos depoentes, pois ele não terá igual paciência. Segundo Aziz, se futuramente ele decidir pela prisão de alguém que mentir na comissão, a CPI não irá ser encerrada, ao contrário do que aconteceria se ele aceitasse o pedido de prisão de Wajngarten, pois os trabalhos estavam apenas começando.

Pazuello de novo

O general Eduardo Pazuello já foi ouvido por duas vezes na CPI. Ele esteve presente nos dias 19 e 20 de maio na comissão, o que oorreu devido à extensão do primeiro dia de Pazuello na CPI e também pelo fato de o general ter passado mal. Um novo depoimento dele está sendo dado como certo por causa da presença do militar em um evento promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro no último domingo (23).

No evento em que ocorreu aglomeração, Pazuello discursou em um carro de som ao lado de Bolsonaro. Ambos estavam sem máscara e não estavam respeitando o distanciamento social. Além do mais, como militar da ativa Pazuello não pode participar de eventos políticos sem que tenha havido uma permissão de seus superiores para isso. Aziz informou na entrevista que as imagens do evento serão documentadas na CPI.

Carlos Bolsonaro

O senador também comentou sobre uma possível ida à CPI do filho do presidente da República, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). Aziz declarou que se existirem elementos mais concretos para que o filho 02 de Bolsonaro preste esclarecimentos, ele será convocado, o que não seria o caso agora.

Ainda que o nome do vereador tenha sido citado por duas vezes na CPI, uma pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, e outra pelo CEO da Pfizer Carlos Murillo, a situação de Carlos deve ser vista com muito cuidado para que os apoiadores do presidente da República não acusem a CPI de estar promovendo uma politização do assunto, disse o senador. Os depoentes afirmaram que Carlos Bolsonaro participou de reunião no Palácio do Planalto sobre a aquisição de imunizantes.