A presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) falou nesta segunda-feira (24) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) no Congresso Nacional.
Críticas à reforma administrativa
A deputada se mostra contra a reforma administrativa que está em discussão em Brasília. "Nós achamos ela [a reforma] perversa para o país, destruidora tal qual foi a aprovação do projeto pela Câmara [dos Deputados], na semana passada, da privatização da Eletrobras. Nós vamos fazer o possível e o impossível para evitar que essa emenda constitucional seja votada pela CCJ.
Vamos atuar como oposição para fazer isso. Inclusive usando o regimento, que infelizmente vocês [da situação] como maioria, alteraram esse regimento, exatamente para dificultar a oposição de atuar. O autoritarismo nessa Casa tem sido tão grande, tão absurdo, que até alterar o regimento para nos impedir de atuar fizeram. E estão passando a boiada", disse.
A petista é contra o volume de privatizações que está em curso no Brasil. "É a privatização da Eletrobras, agora querem a reforma administrativa, logo vem a privatização dos Correios, e assim sucessivamente. Aliás, mudaram também a legislação ambiental em termos de licenciamento. Isso é um horror para o país", afirmou.
Presidente do PT defende impeachment de Bolsonaro
Gleisi também fez críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que promoveu um encontro com motociclista no final de semana no Rio de Janeiro. Segundo os organizadores da "motociata", quase quarenta mil pessoas fizeram o percurso de cerca de trinta quilômetros com o presidente.
"E enquanto isso acontece, o presidente, apoiado pela maioria dessa Casa, fica passeando de moto no Rio de Janeiro, gastando dinheiro público, inclusive, com deslocamento dele para lá. Segurança custa. E eu não sei por quê que ele estava fazendo aquele passeio de moto? Que eu saiba não estava inaugurando nada. Se tiver comemorando, vai estar comemorando o quê?
As mortes no Brasil. Vai estar comemorando as infecções? Vai estar comemorando o desastre que é o Governo dele?", atacou.
A petista acha que Bolsonaro deveriam ser afastado do cargo de presidente da República. "Esse presidente não pode mais continuar. Ele é a encarnação da crise. Ele tem que sair. Ao invés de estar discutindo a PEC 32 [da reforma administrativa], nós tínhamos que estar discutindo aqui um dos processos de admissibilidade do impeachment. É isso que nós precisamos discutir. Tirar esse homem daí, antes que o Brasil não tenha mais como ser recuperado. Essa é a nossa função. Então, eu lamento muito. E vamos dizer, e eu vou reafirmar, que vamos fazer o que precisar para essa PEC [da reforma administrativa] não passar", completou.