O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista, na manhã desta quinta-feira (17), para a Jovem Pan News Natal, do Rio Grande do Norte.
Terceira via
Na primeira pergunta, os jornalistas indagaram Lula sobre um encontro de representantes de partidos, nesta semana, que tentam viabilizar uma terceira via para as Eleições de 2022, criando alternativa à polarização entre ele e a atual presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). Para o petista, não se deve ter medo da concorrência. Ele lembrou da primeira vez que foi candidato.
"Há um problema que eu acho que é de memória curta de algumas pessoas, que ficam tentando procurar alternativas além daquelas que existem efetivamente. As pessoas esquecem que quando disputei a minha primeira eleição, em 1989, nós participamos contra algumas personalidades das mais extraordinárias do Brasil. Nós disputamos uma eleição com doutor Ulisses Guimarães, com doutor Aureliano Chaves, que era vice-presidente da República, com doutor Leonel Brizola, que era uma das figuras públicas mais importantes do Brasil, com Márcio Covas, com Paulo Maluf, com Afif Domingos, e obviamente com Collor de Mello. Eram vários candidatos, era uma penca de candidatos de personalidades muito respeitadas no Brasil e eu fui para o segundo turno", citou.
Vários candidatos
O ex-presidente defende várias candidaturas, como em 1989. "Essas pessoas precisam compreender que eles não têm o destaque que merecem ter, porque eles não têm partido político. É preciso construir partido político com base real na sociedade. O que nós temos no Brasil é um conjunto de cooperativas de deputados que se juntam em busca da disputa de uma eleição.
Eu acho que deveria ter muitos candidatos. Eu sou daquele que defende que todo partido político tenha um candidato a presidente. Todo mundo colocar a cara a público. Todo mundo ir pedir voto e depois a gente valorizar o povo. O povo escolhe aqueles dois que vão disputar o segundo turno e um será eleito presidente da República.
Esse é o jogo democrático. As pessoas ficam preocupadas com minha candidatura, com a candidatura à reeleição do presidente, eles podem se lançar candidato e não têm que procurar um só. Tem que procurar dez. Cada partido político deveria ter o direito e a honradez de lançar um candidato a presidente da República. Aí um belo dia o povo vai votar.", opinou.
Para Lula, as candidaturas em um eventual primeiro turno não impedem uma aliança no segundo turno. "Eu fico procurando a construção de pessoas que querem construir um programa para você poder consertar o Brasil. E uma aliança ela pode se dar no segundo turno. Eu tenho relação extraordinária com muitos partidos que querem ter candidato. Eu nunca perdi relação com nenhum partido que lançou candidatura quando eu fui candidato", contou.