Está em discussão no Congresso Nacional a adoção do voto impresso para as Eleições de 2022. A medida é defendida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e por seus apoiadores na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Marcelo Freixo
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) postou um vídeo na noite dessa quinta-feira (3) em suas redes sociais onde se mostra contra a medida.
"Tem uma polêmica hoje, colocada no Brasil, se o voto da urna eletrônica é seguro, se não é seguro, se tem que ser auditado, se não tem que ser auditado, se tem que ter voto impresso.
A urna eletrônica elegeu Fernando Henrique Cardoso duas vezes, elegeu Lula duas vezes, elegeu Dilma duas vezes e elegeu Bolsonaro. A mesma urna eletrônica. Então, uma urna eletrônica que elegeu candidatos de vertentes políticas completamente distintas", lembrou.
Segundo Freixo, a exigência do voto impresso é pano de fundo para justificar a possível derrota nas eleições do ano que vem.
"O Bolsonaro diz o seguinte: 'no Brasil, se não tiver voto impresso vai ser pior que nos Estados Unidos', ou seja, Bolsonaro, Bia Kicis [deputado federal bolsonarista] e essa tropa fanática, que está lá na República brasileira, eles querem o argumento do voto impresso para dar golpe, para justificar a derrota que eles vão ter, é isso que eles estão fazendo", disse.
O político segue dizendo que a ala bolsonarista só quer tumultuar o pleito.
"Eles não querem que, na verdade, o processo seja mais democrático, seja mais transparente. Eles sabem que vão perder a eleição de 2022, e como eles sabem que vão perder a eleição de 2022, eles estão querendo criar uma instabilidade. Uma ameaça. Para dizer que o voto não era impresso.
É isso que eles estão querendo fazer. Eles querem fazer golpe", disparou.
Freixo defende o sistema atual
Freixo afirma que em comparação com o sistema antigo do voto impresso, a situação de hoje é muito melhor.
"Eu quero fazer esse debate com muito respeito, com muita tranquilidade, com aqueles que têm receio da urna eletrônica.
Não aqueles que queiram usar esse discurso para fazer golpe. Eu tenho 54 anos, comecei a votar com 18 anos e eu peguei no início da minha vida o voto impresso. E eu durante um tempo eu fui fiscal de eleição, não era candidato e não era deputado, nada disso. Eu era um cidadão que ajudava na fiscalização. Eu posso confessar para vocês que o voto impresso era uma loucura. As pessoas assinavam, colocavam aquilo em cima da mesa e iam contando. A fiscalização era das mais difíceis que existia e havia muita denúncia de fraude eleitoral com o voto impresso", afirmou.
Freixo citou exemplo de Aécio Neves (PSDB), que reclamou do resultado da eleição de 2014. Segundo o político do PSOL, o tucano, após análise dos resultados, aceitou a derrota para a petista Dilma Rousseff.