A nova tentativa de paralisação dos caminhoneiros marcada para próxima sexta-feira (25) tem deixado líderes da categoria divididos. O descrédito no Governo Bolsonaro vai além da falta de assistência para enfrentamento da Covid-19, segundo líderes dos caminhoneiros.
Líderes de Sindicatos dividem opinião sobre nova paralisação
O líder Everaldo Bastos, do sindicato do Vale do Paraíba (SP). afirma que aquele que convocou a greve não possui representatividade e por isso visa ganhar a atenção social para fins políticos. Segundo Bastos, o governo Bolsonaro tem feito o possível para melhorar a situação dos caminhoneiros no país.
Já Nelson de Carvalho Júnior, do sindicato de Barra Mansa (RJ), afirma que a categoria não recebe a assistência devida e foi colocada de lado, visto que não receberam a vacina contra a Covid-19 e o combustível continua encarecido. Esses fatores são configurados como primários para realização da paralisação marcada para o final da próxima semana.
Reforçando as palavras de Nelson Júnior, Marcelo da Paz, do Porto de Santos, disse que a situação da categoria é grave e que a greve pode eclodir a qualquer momento não apenas por aqueles que fizeram o chamado, mas outros poderão comandar a ação.
Governo Bolsonaro deve cumprir com promessas feitas a categoria, diz Abrava
O presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, disse que não adianta o Executivo fazer reunião com a categoria e apresentar propostas e nada sair do papel.
Landim afirmou ao Estadão/Broadcast que a categoria está cansada do marketing governamental.
Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro está entrando no descrédito em relação às promessas feitas a categoria, e disse ao Estadão que espera que o presidente "olhe para os caminhoneiros e cumpra com tudo o que foi prometido’ e que não irão “mais aceitar balão apagado”.
Para Landim, os caminhoneiros permanecem em condição semelhante à que se encontravam antes da greve realizada em maio de 2018. No entanto, descartou que exista a possibilidade de realizar algum movimento similar.
Pautas citadas e não atendidas pelo governo Bolsonaro
Entre as pautas citadas e não atendidas estão a manutenção da isenção dos impostos PIS/Cofins sobre o diesel, a extensão do programa de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Crédito Caminhoneiro e um programa de vacinação contra covid-19 específico para os caminhoneiros.
A Abrava se queixa também do fato de o projeto final do Gigantes do Asfalto não incluir a questão do diesel, diferente do que foi apresentado a princípio ao setor. Segundo Landim ofícios foram enviados à Presidência da República e ao Ministério da Economia solicitando a extensão da isenção de PIS/Cofins sobre o diesel, contudo não obteve resposta.