Acontece na Câmara dos Deputados a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle dos gastos do Governo federal. Nesta terça-feira (29), o deputado federal Kim Kataguiri (Democratas-SP) falou na comissão. Dentre suas falas, ele voltou a criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no chamado "Bolsolão". Segundo denúncia, o orçamento secreto foi montado por Bolsonaro, em 2020, para ganhar apoio político do chamado centrão.
Cerca de R$ 3 bilhões foram destinados ao Ministério do Desenvolvimento Regional. Ao contrário de emendas destinadas a cada parlamentar de forma igual, nesse tipo de emenda o Planalto define os valores enviados aos deputados e as informações sobre qual político indicou o quê não vem a público.
Como promessa de campanha, o presidente disse que não faria esse tipo de concessão e muito menos se aliaria ao centrão. Kataguiri, que apoiou Bolsonaro na eleição, hoje é opositor.
Presidente e Câmara dos Deputados
Para Kataguiri, é possível alianças entre o governo federal e o parlamento, desde que sejam feitas dentro da legalidade. "Eu, pessoalmente, não sou contra a negociações políticas e nem a participação do parlamento no governo. Acho que muitas democracias desenvolvidas, principalmente parlamentaristas, se utilizam deste método. O que eu sou contra é falta de transparência e hipocrisia por parte do governo federal. O presidente da República, quando candidato, dizia que se fosse para fazer exatamente igual como os outros, preferiria não fazer nada e que não ia negociar nada com ninguém.
Aí é hipocrisia, aí é mentir para o eleitor, é estelionato eleitoral. Uma coisa é você se eleger com uma bandeira dizendo que vai defender o programa, para esse programa avançar, você vai ter que fazer negociações políticas e dentro do parlamento, como, por exemplo, o governo Temer fez. Teve ministros de indicações políticas, alguns deles muitos bons ministros; Mendonça Filho [ex-ministro da Educação] e ministro [Controladoria Geral da União] Vagner Rosário", pontou.
Falta de projetos
Ainda segundo Kataguiri, o governo federal não tem projetos relevantes para a sociedade, e um deles, que seria a reforma administrativa, não mexe nos supersalários da cúpula dos servidores. "O que nós temos agora é uma completa falta de agenda do governo federal, que não está utilizando nenhum tipo de negociação para avançar com pauta nenhuma.
A gente não tem nenhuma reforma avançando, pelo contrário. Agora, tem a reforma tributária, que o governo manda com dois anos e meio de atraso com aumento de imposto, e uma reforma administrativa que não inclui a elite do funcionalismo público", reclamou.