O vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), concedeu entrevista à comentarista política Gabriela Prioli. A conversa foi transmitida na plataforma YouTube. A CPI segue no Senado Federal e apura eventuais crimes ou omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia do coronavírus.

Trabalhos da comissão

Randolfe Rodrigues afirma que os senadores já elucidaram várias questões relevantes até momento.

"Então, primeiro aspecto da CPI foi colocar luzes sobre sombras.

Como os brasileiros iam saber que foram negadas repetidas vezes as vacinas da Pfizer, da Jansen, da Coronavac, se não fosse a comissão parlamentar de inquérito? Como é que os brasileiros iam saber que a hidroxicloroquina não tem eficácia contra a covid-19 e o mais eficaz tem que ser a vacina? Tudo isso só veio à luz a partir dessa comissão parlamentar de inquérito. Nós estamos na terceira fase da CPI, agora, nesse momento que eu falo como você", disse.

De acordo com o senador, os indícios de corrupção por parte do governo federal tem ganhado força.

"Nós imaginávamos que tudo isso era negacionismo ideológico. Nós estamos encontrando indícios de que mais que negacionismo ideológico, nós tínhamos um esquema de corrupção também montado.

E o que é mais trágico, as pessoas não estavam morrendo pelo equívoco do seu governo, talvez o seu governo tivesse vendo as pessoas morrerem e ainda tivesse ganhando dinheiro com isso. Isso é mais trágico ainda", cogitou.

Resultado da CPI

Randolfe explica os trâmites da comissão.

"Importante destacar aqui, a CPI não vai prender ninguém.

'Concluímos, por isso, leva para cadeia logo A, B ou C e pronto', não! CPI é inquérito. Apresente os indícios, aponta a materialidade do crime. Entrega isso para quem? Para o Ministério Público e para as autoridades que convierem", pontou.

Entretanto, o senador espera que a comissão tenha em seu relatório final três tópicos.

"Responsabilidade política: a quem cabe o juízo de responsabilidade política? Ao presidente da Câmara dos Deputados. De olho em Arthur Lira. Segundo, a responsabilidade criminal: e a quem cabe o encaminhamento da responsabilidade criminal? O Ministério Público Federal para as pessoas quem não tenham foro [privilegiado], e para quem tem foro especial ao procurador-geral da República. Atenção pessoal, Augusto Aras é o procurador-geral. Terceiro, nós estamos encontrando indícios de crime de lesa-humanidade. Crime de lesa-humanidade, segundo o nosso ordenamento constitucional jurídico, o Brasil é signatário de acordos internacionais conforme a Constituição (...) Um dos acordos que o Brasil é signatário é o Tribunal Penal Internacional, que tem sede em Haia", completou.