Ciro Gomes (PDT) conversou nesta sexta-feira (4) com a equipe do canal gaúcho de comunicação Ulbra TV. O político cearense é um dos nomes da centro-esquerda para as eleições presidenciais de 2022. Em 2018, Ciro ficou na terceira colocação na disputa, quando alcançou 13 milhões de votos. Jair Bolsonaro, então do PSL, e Fernando Haddad (PT) foram para o segundo turno naquela ocasião.
Desigualdade social brasileira
Ciro começou a entrevista reclamando da desigualdade no país. "O Brasil tem a pior distribuição de renda de todo o planeta Terra. Nesse momento, cinco pessoas concentram a renda que são as posses somadas de cem milhões de brasileiros mais pobres.
E isso explode na violência, na miséria, os números de desemprego abertos são os piores da história, informalidade já passa da metade da força de trabalho brasileira e a atividade econômica brasileira está paralisada há dez anos. É uma década inteira perdida em que quase 10% do povo brasileiro nasceu sem o país crescer nada", explanou.
Para o pedetista, o investimento público também é importante para o desenvolvimento nacional e não só esperar da iniciativa privada.
"Por isso, nós precisamos resolver a questão do Brasil com um novo projeto que mude o sistema econômico, 'porque não é Chico, Maria ou Manoel o problema' [fazendo analogia aos políticos]. É uma das ferramentas fundamentais pra retomada do desenvolvimento é o investimento público.
Seja aquele investimento público óbvio, creche, escola, escola média em tempo integral profissionalizante, segurança pública, saúde pública, são obviedades que a população tem", disse.
Tributação dos mais ricos e investimento no país
Ciro Gomes criticou o Governo do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), no aspecto de investimento na infraestrutura do Brasil.
"O Brasil, para se ter uma ideia, tem o menor investimento em infraestrutura de toda nossa história. Nós precisaríamos algo ao redor de 2,5% do PIB [Produto Interno Bruto] só pra dar manutenção aos portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, que o país têm, e estamos ganhando menos de 0,5%", citou.
Pedetista explicou que uma das formas do estado arrecadar mais é taxar os grandes milionários, medida adotada por grande partes das nações.
"Portanto, quem quiser ser sério tem que dizer, se quer propor alguma coisa de mudança no país, tem que dizer de onde é que vem o dinheiro. Esse questão da tributação sobre patrimônios, é uma prática internacionalmente repetidas em todos as nações do mundo", afirmou.
"O Brasil já tem isso na constituição, o PT prometeu fazer isso em todas as eleições que disputou, as que perdeu, as que ganhou e nunca propuseram. Minha proposta é propor antes da eleição pra que a população ao votar em mim, se aceitar minha proposta, vote também dando um sinal de apoio para o Congresso Nacional assuma o compromisso, na prática, de resolver o problema dos mais pobres brasileiros que são a esmagadora maioria", concluiu.