O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou na última segunda-feira (12) que, se a proposta de incorporação do voto impresso no sistema eleitoral do Brasil não passar no Congresso Nacional, irá requerer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a contagem dos votos seja feita de maneira pública. Jair Bolsonaro fez declaração a jornalistas após a reunião que teve com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux.

O presidente do STF pediu para se reunir com o presidente da República para pedir uma trégua nos ataques que Bolsonaro tem feito a integrantes da Corte.

Tanto Fux quanto o ministro Luís Roberto Barroso, também integrante do STF, passaram a rebater as críticas de Bolsonaro ao processo eleitoral do país.

O presidente da República declarou que caso a proposta de incorporar o voto impresso no sistema eleitoral brasileiro não seja aceita pelo Congresso, ele irá pedir a contagem pública dos votos. “Isso já é lei”, afirmou Bolsonaro. O mandatário voltou a sair em defesa do voto impresso como forma de garantir um processo eleitoral com segurança.

Barroso

Sobre as desavenças com o Supremo, o líder do Executivo esclareceu que seu “problema” é apenas com o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o TSE e refuta a ideia da alteração eleitoral defendida pelo presidente da República.

A tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que faria com que o Brasil tivesse eleições por cédulas de papel já a partir da disputa eleitoral do próximo ano, não está sendo bem recebida por líderes de partidos, alguns deles até mesmo do núcleo de apoio do Palácio do Planalto, como os partidos Progressistas e Republicanos.

Por falta de entendimento, a proposta poderá ser rejeitada ainda na comissão especial encarregada de debater o tema na Câmara dos Deputados. Se a proposta for mesmo rejeitada, ela irá ser arquivada sem nem ter ido ao plenário.

Provas

O ocupante do Palácio da Alvorada tem declarado que existem provas de que as eleições para presidente de 2014 foram fraudadas, e que quem saiu vencedor foi Aécio Neves (PSDB), e não Dilma Rousseff (PT).

Sobre a disputa eleitoral seguinte, o presidente Bolsonaro disse que teria ganhado a eleição já no primeiro turno se não tivesse havido fraude em 2018. Jair Bolsonaro não apresentou nenhuma prova que comprovasse o que afirmou.

Testemunha

Aos jornalistas, o mandatário disse que conhece um homem que poderia afirmar que ocorreram fraudes nas eleições em 2014, porém, esse homem, que Bolsonaro não identificou, estaria doente. O presidente ainda alegou que conversou com esse homem, mas por estar com Covid-19, essa pessoa estaria muito debilitada, disse o presidente. Ele ainda afirmou que em caso de melhora, ele irá convidar a imprensa “e também as mídias sociais minhas” para transmitir a apresentação desse homem.