Nesta última segunda-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB), “por vezes atrapalha”, e foi além. Bolsonaro disse que vice-presidente parece cunhado, que "você casa e tem que aturar". O presidente da República fez a declaração quando estava dando entrevista para a rádio Arapuan, da Paraíba. Na entrevista, Bolsonaro foi perguntado sobre como fará para escolher o seu vice-presidente para a corrida eleitoral de 2022. O mandatário então respondeu que a escolha por Hamilton Mourão em 2018 foi feita “a toque de caixa”.
Independência
Jair Bolsonaro falou que Mourão realiza o seu trabalho e que seu vice tem muita independência, o que, segundo o presidente, algumas vezes “atrapalha um pouco”. Foi então que o ocupante do Palácio da Alvorada comparou um vice-presidente a um cunhado. "Você não pode mandar o cunhado ir embora", disse. "Então, estamos com o Mourão sem grandes problemas, mas o cargo dele é muito importante para agregar. Dele, não, o cargo de vice é muito importante para agregar simpatias", concluiu Bolsonaro.
Mourão
Nos últimos meses, o vice-presidente fez manifestações públicas em que deixava claro que tinha divergências com declarações de Jair Boslonaro. O ocupante do Palácio da Alvorada já chegou a dizer que não haverá eleições no país no próximo ano se não for feita pelo voto impresso.
Mourão então disse que o Brasil não é uma “república de banana” e disse que a eleição irá acontecer, mesmo sem o voto impresso.
Centrão
O presidente também passou a afirmar que faz parte do centrão, o bloco de partidos fisiológicos que faz parte da base de apoio do Governo Bolsonaro e que Jair Bolsonaro costumava criticar. Mourão declarou que os eleitores do presidente da República podem ficar um pouco confusos com a fala do mandatário.
Sente falta
No mês de junho, Mourão disse em uma entrevista que sente falta de participar de reuniões com Bolsonaro e ministros do governo. Na ocasião, o presidente havia feito uma reunião com os ministros e o vice foi perguntado se havia sido chamado para participar do encontro. O general respondeu que não e complementou dizendo que sentia falta e que ficava sem sabe o que estava acontecendo.
Na entrevista concedida à rádio Arapuan, Bolsonaro também foi questionado sobre a união do governo com o centrão, grupo que ele criticava durante a campanha eleitoral. Segundo o presidente, os parlamentares do centrão têm mostrado utilidade para o governo aprovar várias medidas. Ele então deu o exemplo de uma proposta, que ainda não está definida, sobre uma emenda à Constituição sobre o Bolsa Família. Segundo Bolsonaro, se ele não tiver apoio do bloco de partidos, não será possível fazer o reajuste do benefício em novembro e dezembro.