Antes das eleições de 2018, o então deputado federal Jair Bolsonaro ascendeu em popularidade nas redes sociais e virou foco dos holofotes por suas declarações de apoio ao regime militar e também de outras polêmicas envolvendo a população LGBTQIA+. A devoção aos militares era bem nítida, visto que também serviu às Forças Armadas quando se aposentou como capitão e entrou na vida política. O político então usou a patente e o momento de desgaste da democracia brasileira para promover sua campanha eleitoral para presidente em 2018 com ideologias de apoio aos militares.
Para compor sua chapa como candidato a vice-presidente, a advogada Janaína Paschoal foi cogitada para a função. Ela já havia atuado na oposição ao Governo da ex-presidente Dilma Rousseff e na elaboração do pedido de impeachment que levou a petista a deixar a presidência. Entretanto, o nome escolhido para acompanhar o capitão em sua jornada nas eleições de 2018 foi do general Hamilton Mourão, que atualmente compõe a reserva e atua como vice-presidente da República.
A atuação do vice-presidente
Mourão tem atuado no combate ao desmatamento, queimadas e degradação da Amazônia. Tal função pode ter sido atribuída a ele devido ao fato de que muitos o consideram mais são que o próprio presidente. Isso não significa que não existam críticas ao general, entretanto, suas declarações e posições parecem ser menos radicais que as de Jair Bolsonaro.
Apesar do comando de Mourão em operações para garantir a segurança de uma das maiores florestas do mundo, a gestão de Bolsonaro é marcada por um elevado aumento nos índices que atestam a degradação do bioma amazônico.
Bolsonaro critica o vice
Em entrevista a rádio Arapuan FM, da Paraíba, o atual líder do Executivo federal falou sobre o seu companheiro de chapa.
“O Mourão faz o seu trabalho. Ele tem uma independência muito grande, mas por vezes atrapalha um pouco a gente. Mas o vice é igual cunhado: você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado ir embora”, disse ele.
É importante salientar que manifestações e ondas de insatisfação popular têm ocorrido pelo país, pedindo o impeachment de Bolsonaro.
Só neste final de semana, cidades brasileiras, americanas e europeias registraram atos que pediam a saída do presidente da República. Qualquer tipo de impeachment ou resolução que retire Jair Bolsonaro do comando da Presidência da República colocará Mourão na liderança, visto que o vice-presidente é o primeiro na linha sucessória. Apesar disso, a relação entre os dois parece ter se mantido estável, apesar das grandes críticas direcionadas ao presidente e o uso que este faz do nome das Forças Armadas par angariar apoio de eleitores bolsonaristas, conservadores e de direita.