O governo Bolsonaro vive seu momento de maior instabilidade desde que o presidente assumiu o cargo em janeiro de 2019. Passando por nova reforma ministerial, o Governo Bolsonaro voltou a acomodar os seus aliados e, para isso, ainda incluiu a criação do Ministério do Emprego e da Previdência. Em entrevista à Rede Nordeste de Rádio, Bolsonaro falou sobre a agenda econômica do governo, salientando a necessidade de reajuste no Bolsa Família, marcado para ocorrer a partir de novembro.

Durante a entrevista, o presidente garantiu que a medida não visa ganhar popularidade com a região mais pobre do país visando as eleições de 2022.

"Nós estamos vendo de R$ 300 até o fim do ano, para mais de 22 milhões de pessoas. Mas não é para voto. Queremos que a pessoa tenha uma porta de saída", destacou o presidente, que não negou que houve aumento no preço de produtos básicos da alimentação familiar.

Contudo, a fala do presidente foi mais ríspida quando se tratou do gás de cozinha e, mais uma vez, ele se isentou do elevado aumento que o produto tem tido nos últimos meses. De acordo com Bolsonaro, o gás de cozinha deixa as refinarias ao preço de R$ 45, mas chega ao consumidor por R$ 110. O chefe do executivo atribuiu o aumento à carga de impostos estaduais e culpou os governadores por não reduzirem a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

"O gás, lá onde ele é engarrafado, na Petrobras, custa R$ 45. Qual o imposto federal do gás? É zero. Cancelei todos os impostos federais do gás por 20 anos. Então, se sai a R$ 45 e chega a R$ 110, tem R$ 55 ao longo o caminho", destacou Bolsonaro.

Bolsonaro tem plano para frear perda do apoio popular

A crise do governo federal ultrapassa os âmbitos econômicos e também gera preocupação interna quanto à avaliação da população sobre as medidas adotadas pelo presidente nos últimos meses.

A perda de popularidade do presidente é facilmente notada em entrevista, o que tem tirado o sono de Bolsonaro. Para conter a debandada do apoio popular e a ascensão de seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro já começa a adotar medidas para se aproximar do povo novamente.

Em interação com apoiadores, militares e militantes, Bolsonaro comentou sua nova estratégia para fortalecer seu governo junto ao povo.

"Todo dia, de segunda a sexta-feira, falaremos com uma rádio, não interessa qual seja o alcance dela, para exatamente ser questionado com qualquer pergunta e levar a informação precisa ao nosso povo", comentou Bolsonaro nesta última terça-feira (27), durante entrevista à Rede Nordeste de Rádio. O presidente reforçou que o rádio é um veículo que atinge todas as classes sociais atualmente.