Na terça-feira (27), aconteceram mudanças na composição da CPI da Covid no Senado. As alterações foram provocadas por causa da ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil. Nogueira é membro titular da comissão parlamentar de inquérito que investiga as ações e eventuais omissões do Governo Bolsonaro na gestão da pandemia do novo coronavírus.

O senador será substituído na comissão pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que era suplente. Outra mudança é a entrada do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o filho 01 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na vaga de suplente, que era ocupada por Heinze.

Férias

A CPI da Covid está paralisada desde o dia 15 de julho. O último a ser ouvido pelos senadores foi o representante no Brasil da empresa Davati Medical Supply, Cristiano Carvalho. As sessões foram suspensas por causa do recesso parlamentar e irão voltar no dia 3 de agosto. Os senadores têm a expectativa de que no retorno aos trabalhos, a comissão possa ouvir pessoas com papel importante nas tratativas de compras de imunizantes pelo governo federal.

Composição da CPI

Segundo informações da página da CPI da Covid no site do Senado, a indicação de Luis Carlos Heinze para ocupar o cargo de titular da comissão e a do filho do presidente Bolsonaro para suplente foi uma iniciativa do gabinete da liderança do PP no Senado.

A legenda é presidida por Ciro Nogueira, que irá assumir a Casa Civil.

De acordo com a divisão feita antes da instalação da comissão, essas vagas pertencem ao bloco parlamentar Unidos pelo Brasil, que é composto pelos partidos: PP, MDB, Republicanos. O Patriota, partido de Flávio Bolsonaro, não faz parte do grupo.

Na divisão dentro do bloco, o PP ficou com a responsabilidade dos assentos e pode dar a vaga a senadores de outros partidos.

Isso já havia acontecido anteriormente, quando a vaga de suplente foi ocupada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o líder do governo no Senado.

O MDB não faz parte do Bloco Parlamentar Vanguarda, que é composto pelo PSC, PL e DEM, porém a vaga foi dada ao governista para fortalecer a tropa de choque de Jair Bolsonaro na CPI.

Senadores suplentes em comissões somente votam quando os titulares das vagas não estão presentes. Mas, por fazer parte da CPI, ao suplente é permitido se inscrever para falar nas reuniões antes de não-membros e ainda podem acessar os documentos sigilosos que o colegiado recebe.

Flávio Bolsonaro

Mesmo antes de fazer parte da CPI da Covid, Flávio Bolsonaro já tinha participado de algumas sessões nos últimos meses. Sua participação na comissão foi marcada por bate-bocas com senadores e também com depoentes na CPI, como quando o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel esteve na comissão. Flávio também trocou ofensas com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI.