Desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, diversos militares foram alocados em cargos estratégicos do Governo federal. Isso já era esperado, visto que uma das principais bandeiras da campanha eleitoral do político era a defesa do regime militar e de exaltação das Forças Armadas.
O general Braga Netto ficou famoso por atuar no comando da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro durante o governo de Michel Temer. Naquela época os indicadores de violência da cidade maravilhosa eram alarmantes até mesmo para a normalidade da capital fluminense.
Desde então, ele só voltou aos holofotes no governo do atual presidente da República.
Eleição com voto impresso
Apesar de ganhar as Eleições no ano de 2018, Jair Bolsonaro afirma que existem fraudes no processo eleitoral. Apesar de afirmar a existência de manipulação na apuração dos votos, o político não apresentou provas. O Tribunal Superior Eleitoral, diante das acusações, solicitou que Jair encaminhasse evidências à Corte para análise, o que não aconteceu até agora.
Mesmo assim, o líder do poder Executivo Federal continua a criticar o uso da urna eletrônica e defende o voto impresso e auditável [VIDEO] como forma de tornar as eleições mais seguras.
Com essa alteração, a urna eletrônica imprimiria uma cédula com o voto do eleitor e depositaria esse recibo em uma urna lacrada para contagem paralela de votos.
Atualmente, as urnas eletrônicas contam com diversos sistemas de segurança parecidos, como o boletim de urna, que é emitido detalhando estatisticamente todos os votos realizados e ainda pode fornecer uma tabela embaralhada com os votos para cada candidatos e também os eleitores responsáveis por esses votos.
A urna eletrônica se mostra confiável, uma vez que desde a sua implementação, os governos eleitos variaram de acordo com o momento político vivido pelo país.
A eleição de Dilma se seguiu à saída do ex-presidente Lula com mais de 80% de aprovação. Jair Bolsonaro, por outro lado, foi eleito diante de uma momento de expansão do antipetismo e de revolta popular contra o Partido dos Trabalhadores diante de escândalos de corrupção e da deflagração da Lava Jato, que se relacionam com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Eleições de 2022
Alinhando-se às vontades do presidente da República, o ministro da Defesa fez uma declaração polêmica sobre o processo eleitoral do próximo ano. De acordo o jornal O Estado de S. Paulo, Braga Netto usou um interlocutor para dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se não houver voto impresso e auditável em 2022, não haverá eleições.
A fala não foi bem recebida, visto que soa como tom de ameaça ao processo eleitoral democrático de 2022. Alguns especialistas também comentam que tal atitude segue a linha de ação dos integrantes do governo federal, pois, sempre que a popularidade de Jair Bolsonaro e de sua administração estão em queda, o presidente e seus aliados proferem ameaças de golpe e ataques à democracia.
Vale lembrar que o governo tem a pior avaliação desde o início da gestão, e a CPI da Pandemia investiga supostos esquemas de corrupção envolvendo vacinas, cloroquina e até mesmo a compra de máscaras.