Neste sábado (10), a comentarista política Gabriela Prioli postou em seu canal do YouTube uma entrevista com Manuela D´Ávila. Em seu currículo, Manuela (PCdoB) foi vice na chapa de Fernando Haddad (PT) nas Eleições de 2018, vereadora, deputada federal e estadual.

Espectro político

Manuela participou do quadro 'GPS Político', e na primeira pergunta, ela definiu a ideologia que defende, o comunismo.

"Não gosto da expressão extrema-esquerda, mas eu sou uma mulher de esquerda. Na verdade eu sou comunista. Eu entendo que existe um conjunto de valores ruins construídos historicamente, a partir desse nome, desse título, mas eu continuo reivindicando a boa tradição do que representa a ideia de uma sociedade dos comuns, de uma sociedade que compartilha, de pessoas que identificam que os problemas são estruturais e não conjunturais.

Da ideia de que nós deveríamos lutar com dizia Alga: 'pelo belo e pelo justo' pra todos. Eu entendo também que muitas pessoas identificam nessa palavra a reivindicação absoluta das experiências socialistas no mundo, e eu entendo que essas experiências tiveram feitos extraordinários na ciência, na produção de conhecimento, na luta das mulheres, na ideia de que o estado deveria ser parceiro na emancipação feminina", disse.

A política também comentou as experiência de fracasso do socialismo no mundo. "E tiveram também limites. Alguns muito consideráveis, como foi a desvalorização da questão democrática. De como lidar com a construção de uma experiência de forma mais democrática, de forma mais coletiva e acho que esse é um tema a ser enfrentado", pontou.

A esquerdista segue na linha crítica ao capitalismo. "Agora, nós fizemos numa sociedade que faz ode ao sistema que é capitalismo, que é um sistema de morte, de violência permanente, que mais que nos afetar individualmente todos cotidianamente imporá o fim do planeta Terra tal qual nós conhecemos (...) Ser comunista significa defender uma sociedade em que os 99º/o das pessoas que produzam tenham acesso aos que elas produzam e que isso não fique concentrado nas mãos de 1º/o", citou.

Polarização

D´Ávila, em especial a partir de sua candidatura a vice-presidente em 2018, vem sofrendo com ataques nas redes sociais em campanhas difamatórias. Mesmo assim, ela espera que o ambiente político seja de melhor nível no futuro.

"Também sou humana, eu também vivo nessas condições do nosso país, eu também tenho raiva, eu também penso que morreram 500 mil pessoas [na pandemia], eu também vivo essa violência e vejo outras pessoas que eu amo vivendo essa violência, mas eu acho que a primeira grande batalha que a gente tem que travar é conosco mesmo.

Nós não podemos nos tornar iguais ao que são os bolsonaristas fanáticos. Que transformaram o ódio no elemento central da construção da política. Nós precisamos derrotá-los e devolvê-los pra lata do lixo da história, esse é o lugar dessa gente que defende a tortura e violência", pediu.