Ciro Gomes (PDT) foi entrevistado, nesta quarta-feira (30), pelo jornalista José Luiz Datena. A conversa foi transmitida na Rádio Bandeirantes de São Paulo. O pedetista foi o terceiro mais votado nas Eleições presidenciais de 2018 e obteve cerca de 13 milhões de votos. Ele já se lançou como opção para o pleito de 2022.
Afastamento de Bolsonaro
Ciro Gomes acredita que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já cometeu crimes que poderiam ter levado ele ao impeachment. "Hoje, nós estamos entrando como novo pedido que consolida todas as coisas.
Dizendo sempre com muito respeito que impeachment não é remédio para governo ruim. Impeachment é uma punição pelo cometimento de caso pensado de crime de responsabilidade. Portanto, quem acusa, como nós estamos fazendo, tem que demonstrar que Bolsonaro comete crime de responsabilidade, por isso, tem que ser punido", explicou.
Mesmo com diversos pedidos de afastamento, o político acha muito difícil que o processo tenha prosseguimento. "A assinatura do presidente da Câmara [do Deputados], Arthur Lira, é que diz se começa ou não. E ele simplesmente não tem prazo e nem precisa se justificar, nem para a opinião pública, nem para o Congresso, nem para o Judiciário. Isso é uma aberração que só existe no Brasil.
Para quê? Para garantir a impunidade. O Bolsonaro vendo o fogo chegar por detrás dele, o quê que faz? Compra essa turma e está irrigando com bilhões de reais", acusou.
Panorama político
Ciro Gomes defende uma frente de centro para vencer o presidente da República na eleição do ano que vem. "Problema brasileiro é tão grave, que eu com a experiência que tenho preciso fazer um apelo por um governo de união nacional.
Só quem classifica isso somos nós, os políticos e os jornalistas. Se você quiser, eu quero unir da centro-direita à centro-esquerda, ou seja, banir os extremos. Banir aqueles que tem compromisso com o ódio, com o personalismo e construir a base político-social para um novo projeto nacional de desenvolvimento, que se ocupe daquilo que tem que se ocupar.
Um redesenho da Constituição do Brasil, um novo pacto federativo. Nós temos estados quebrados, municípios quebrados. E um programa de desenvolvimento que tenha compromisso com o crescimento econômico perdido. Faz dez anos que o Brasil não cresce nada. E aí nós temos que fazer o crescimento acontecer, porque sem isso, é mentira falar em emprego, melhoria de salário, e até arrecadação para melhorar saúde e educação", pontuou.
A CPI da Covid tem apontado suspeitas de corrupção na condução da pandemia do coronavírus, e Ciro lamenta. "Agora, nós estamos vendo que de novo a corrupção toma centralidade no debate brasileiro. Nós temos que mudar como forma de prevenir e punir a corrupção na ordem pública brasileira", pediu.