O senador Omar Aziz (PSD-AM), o presidente da comissão parlamentar de inquérito que investiga as ações e eventuais omissões do Governo federal na gestão da pandemia do coronavírus, a chamada CPI da Covid, encaminhou um ofício em que pede à titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a ministra Damares Alves, que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel seja colocado “imediatamente” no Programa de Proteção a Testemunhas. Além de Witzel, também está no pedido do senador que sejam incluídos a esposa e os três filhos do ex-governador.

Depoimento

Wilson Witzel prestou seu primeiro depoimento à CPI da Covid no dia 16 de junho. Naquele momento, ele pediu que fosse feita uma reunião secreta com integrantes da comissão. Witzel alegou ter "um fato gravíssimo a revelar" sobre possíveis interferências do governo federal em sua administração no governo do Rio de Janeiro.

Na segunda-feira (5), Witzel pediu proteção como uma condição para que realizasse o depoimento reservado. Não está marcada ainda a data para que o ex-governador seja ouvido novamente pelos senadores. No pedido, a defesa de Wilson Witzel pede para que os familiares de primeiro grau do político sejam também incluídos no Programa de Proteção à Testemunha pelo período mínimo de dois anos.

No ofício enviado pelo senador Omar Aziz, era ressaltada a necessidade de se ouvir o ex-juiz federal e ex-governador do RJ em uma sessão reservada por haver fatos graves que serão revelados para a comissão. O documento ainda afirma que o ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus familiares se encontram em situação de extremo “risco à sua integridade física”, pois os fatos envolvem pessoas com considerável poder político e econômico.

Servidor

Também no que diz respeito às investigações da CPI da Covid, Aziz já havia pedido à ministra que fosse incluído imediatamente no Programa de Proteção a Testemunhas o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda. O servidor é o chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério e prestou depoimento à comissão no dia 26 de junho.

Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), relataram que estão sendo ameaçados desde que denunciaram supostas irregularidades na aquisição do imunizante da Índia Covaxin. No ofício de Omar Aziz, o senador afirma que o depoente evidenciou importantes informações sobre irregularidades no processo de aquisição de vacinas da empresa indiana Bharat Biotech, também sobre a Precisa Medicamentos e ainda vários agentes públicos. De acordo com Aziz, o servidor está exposto a sérios riscos, assim com sua família.