Houve uma união de deputados de esquerda e de direita para protocolar um superpedido de impeachment para tirar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da cadeira presidencial.

O pedido foi protocolado nessa última quarta-feira (30) por diversos partidos que fazem oposição e também os muitos movimentos sociais que fazem também oposição ao governo Bolsonaro. Muitos dizem que tem um valor simbólico, pois, diversos deputados de esquerda, centro e de direita, somado a movimentos sociais se unem entre 46 signatários nesse documento.

Ao que parece, não faltam crimes de responsabilidades, segundo juristas, que possam caber no impeachment do Bolsonaro já no seu primeiro ano de governo.

O documento – que teve colaboração com especialistas jurídicos – lista 23 crimes, organizados por categorias. Há crimes contra a existência da União, crime de livre exercício dos poderes legislativo e também o judiciário, junto com os poderes constitucionais dos Estados; contra o exercício dos direitos políticos e também individuais e sociais. Também crime de segurança interna, contra probidade da administração, contra a guarda e emprego legal da verba publica, e contra o cumprimento das decisões judiciárias.

Por outro lado, o impeachment é um processo politico e não basta só existirem crimes de responsabilidade, é preciso de uma “vontade politica” muito grande dentro do Parlamento. Além disso, é preciso um grande movimento popular apoiando o ato.

Sem algum desses componentes o impeachment será “engavetado” pelo presidente do Parlamento, como se vê acontecer. O pedido de impeachment tem que ser aceito pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente do parlamento federal e aliado de Bolsonaro, pois o presidente o apoiou nas eleições para presidente da câmara.

Construído em cima da lei do impeachment, esse processo só vai ter início se Lira, presidente da Casa, decidir receber o pedido formalmente.

Além de que ele não vai ter um prazo para a abertura e também pode arquivar esse pedido.

Entenda união pelo impeachment

O que surpreendeu esse “superpedido” de impeachment é que foi além da polarização entre a esquerda e a direita, que se caracterizou os dois pedidos antes. Antigos aliados de Bolsonaro, como o parlamentar Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmam (PSL-SP) e o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) estão ao lado de políticos da esquerda, com parlamentares Marcelo Freixo (PSB-RJ), Gleisi Hoffman (PT-PR) e Roberto Freire (Cidadania).

Também tem os movimentos sociais como ABI (Associação Brasileira de Imprensa) a ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), a APIB (Povos Indígenas do Brasil). Ainda esta Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra).