Na tarde do último sábado (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizou sua conta oficial no WhatsApp para fazer uma convocação oficial aos seus apoiadores a irem às ruas no dia 7 de setembro, marcado pelo feriado de Independência do Brasil. Na mensagem, apurada pelo jornalista Guilherme Amado, o presidente convocava os apoiadores do Governo a tomarem as ruas na data para um "provável e necessário contragolpe".

Na mensagem, encaminhada pelo chefe do Executivo, a convocação inicia com um tom informativo, tentando dialogar, sobretudo, com apoiadores que já não creem no governo como outrora.

Vale destacar, no entanto, que a mensagem possui o selo de "Encaminhada", o que indicaria um repasse de informações feita pelo presidente, e não necessariamente escritas por ele.

No grupo de destinatário da mensagem de Jair Bolsonaro encontram-se amigos do presidente, apoiadores do governo e os ministros. Em trecho da mensagem encaminhada, salienta-se que todas as ações do governo são cautelosas e estratégicas, visando "um bem maior e comum à nação".

Ainda, em dado momento, a mensagem indica a necessidade de um contingente "absurdamente gigante" de pessoas para uma manifestação do dia 7 de setembro, a fim de comprovar o apoio popular ao presidente Jair Bolsonaro, que atestaria a possibilidade do chefe do Executivo agir em prol de um "provável e necessário contragolpe".

"Hoje, fazer um contragolpe é muito mais difícil e delicado do que naquela época (provável referência ao golpe militar de 1964), além do grave aparelhamento acima relatado, temos uma constituição comunista que tirou em grande parte os poderes do Presidente da República", dizia a mensagem encaminhada por Bolsonaro.

Bolsonaro compartilha deboche com vice-presidente

Além da mensagem fazendo uma convocação para os apoiadores irem às ruas no dia 7 de setembro, Bolsonaro ainda fez questão de disparar à sua lista de contatos uma fotomontagem debochando do vice-presidente Hamilton Mourão. Na mensagem encaminhada, um meme fazia alusão à imagem de Jair Bolsonaro e do ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, comparando-os com Mourão.

As informações da foto repassada aos contatos de WhatsApp do presidente também foram apuradas pelo jornalista Guilherme Amado.

Aliados do governo, amigos de Bolsonaro e ministros do governo receberam a mensagem. Apesar dos contatos com o Palácio do Planalto, nenhuma justificativa foi enviada à imprensa.