Guilherme Boulos (PSOL) concedeu entrevista na manhã desta terça-feira (10) à equipe do Jornal da Morada. A conversa foi veiculada na Rádio Morada do Sol 98.1 FM, da cidade de Araraquara, interior de São Paulo. Boulos tem ganhado espaço no espectro político da esquerda, após concorrer à eleição presidencial de 2018 e chegar ao segundo turno do pleito paulista em 2020, quando foi derrotado por Bruno Covas (PSDB).

2022

O ativista e político comentou sobre os cenários prováveis para as Eleições do ano que vem no Brasil e no estado de São Paulo, seu reduto de atuação.

Boulos dever ser um dos nomes que irão concorrer ao governo paulista. Para ele, a esquerda deve se unir para derrotar o PSDB no estado e o presidente Jair Bolsonaro. "Eu acho que o grande desafio que a gente tem em 2022 é derrotar o bolsonarismo em nível nacional e virar essa página de uma política do atraso, do ódio e da morte que está governando o Brasil. Mas também virar a página no estado de São Paulo, de um governo que representa a falta de alternância no poder há 25 anos e um governo marqueteiro. Para isso, eu não tenho a menor dúvida que a unidade da esquerda e do campo progressista é o caminho", afirmou.

De acordo com Boulos, não basta só derrotar Bolsonaro, deve-se se ter um projeto para o país.

"Tanto para que a gente possa não só derrotar o Bolsonaro, mas apresentar um projeto de reconstrução para o Brasil. Porque também a gente não pode permitir que a eleição de 2022 seja como a eleição de 2018, marcada só pelo ódio e pela negação. Eu me lembro, e fui candidato em 2018, era uma coisa de antipolítica, só ódio e aí isso impediu o debate de um projeto de futuro, do quê que a gente quer.

Nós estamos num desafio tremendo que é reconstruir o país. Estamos numa crise econômica, volta da fome, Brasil voltou ao mapa da fome esse ano, 15 milhões de desempregados, tentando sair de uma pandemia. Então, nós vamos precisar de ter um projeto de reconstrução e a capacidade de derrotar o Bolsonaro e os seus golpismos. Isso que exige unidade", pediu.

Hegemônia tucana

Há mais de duas décadas, o estado de São Paulo é comandado por governos do PSDB, e atualmente tem à frente João Doria, fato criticado por Guilherme Boulos. "E aqui no estado de São Paulo também. Eu tenho feito debate, estou hoje aqui em Araraquara, estava ontem em São Carlos, vamos estar amanhã em Ribeirão [Preto], feito um giro pelo estado de São Paulo na perspectiva de viabilizar uma unidade do campo progressista para virar essa página do 'Tucanistão'. Vinte e cinco anos do PSDB sem alternância e fez um coronelismo. Tem uma política retrógrada. Estado de São Paulo está paralisado. Vejo que tem um cansaço e um desejo de mudança no estado", reclamou.