Guilherme Boulos (PSOL) conversou, nesta terça-feira (31), com a equipe da Rádio BoqNews, da cidade de Santos, litoral paulista. O ativista, conhecido pela ligação com o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), ganhou espaço no campo progressista após se candidatar a eleição presidencial de 2018 e a prefeito de São Paulo, em 2020, quando chegou ao segundo turno, sendo derrotado por Bruno Covas (PSDB).

Estado de São Paulo

Boulos deve se candidatar ao Governo paulista nas Eleições de 2022. Ele tem sido um dos mais lembrados nas pesquisas de intenção de votos.

Para Boulos, existe um sentimento de desânimo nos eleitores com os governos do PSDB que governam o estado há décadas. Atualmente, João Doria está à frente do executivo paulista. "Todas pesquisas que têm saído para sucessão do governo estadual demonstram duas coisas: primeiro, um sentimento de cansaço da população paulista em relação aos governos do PSDB, particularmente em relação ao governo Doria. O Doria não é um governador, o Doria é um marqueteiro. Marqueteiro de si mesmo. Ele só pensa no umbigo dele. Ele usa o cargo como um trampolim por outro [cargo]", disse Boulos.

O ativista ainda foi mais longe e exemplificou as ações de Doria. "Ele foi prefeito de São Paulo, mal assumiu já lançou candidatura a governador.

Se elegeu governador, mal assumiu já lançou candidatura a presidente. Esse é o João Doria. Só pensa nele. Não pensa no governo, no estado, na população e o povo percebe isso. Isso se soma a um desgaste de vinte e cinco anos de governos do PSDB com um legado muito ruim. O estado de São Paulo está paralisado e ficou para trás.

Desindustrialização, desemprego, desigualdade no estado mais rico do Brasil. Então, há um desejo de mudança e essas pesquisas revelam isso. Acho que uma segunda questão, que as pesquisas mostram, é que esse desejo de mudança pode se reverter pela primeira vez para o campo progressista. O campo progressista nunca governou o estado de São Paulo e agora acho que tem oportunidade", pontuou.

Cenário nacional

Existe a polarização no âmbito da disputa presidencial no ano que vem entre o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Boulos não crava o apoio do PSOL ao PT, porém, afirma que o foco é a unidade de forças para derrotar o bolsonarismo no próximo pleito. "Não está definido que o PSOL irá apoiar o Lula. Isso é um debate que o partido vai fazer e naturalmente dependerá do programa de campanha que o Lula deve apresentar. Dependerá do perfil da candidatura. Dependerá do papel que o PSOL vai ter no processo de aliança. Então, isso está longe de estar definido. Muito embora, a maior parte do partido tenha hoje uma inclinação, pela gravidade da situação do país, para buscar construir uma unidade de capaz de derrotar o Bolsonaro", explicou.