O ministro Luis Felipe Salomão (corregedor-geral da Justiça Eleitoral) determinou a desmonetização a canais e perfis investigados por disseminar desinformação a respeito das Eleições e das urnas eletrônicas no país. A ordem fez com que pelo menos 25 canais apoiadores do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) excluíssem ou tornassem privados vídeos com este teor na plataforma do YouTube.

Checagem

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, a empresa de análise de dados Novelo Data foi a responsável por checar os respectivos canais.

A empresa foi responsável também por filtrar as publicações e constatar, através das análises, que os vídeos foram excluídos ou privados do acesso ao público.

Vídeos excluídos

A empresa relatou que um dos canais que excluiu conteúdo é do bolsonarista Fernando Lisboa, que, além de youtuber, tem o Vlog do Lisboa.

Um dos conteúdos deletados dizia respeito à live realizada pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado, na qual ele atacou as urnas eletrônicas com informações falsas de fraudes. No entanto, no fim da mesma live, o presidente acabou admitindo que não tinha nenhum tipo de prova concreta sobre as acusações feitas por ele mesmo.

Um outro vídeo que acabou sendo deletado após a desmonetização falava do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O material divulgado por Fernando afirmava que Lula só teria chances de vencer novamente uma eleição presidencial caso contasse com a ajuda de fraude nas urnas eletrônicas.

TSE

Na última segunda-feira (16), Salomão determinou que as plataformas digitais cortassem qualquer tipo de monetização aos canais e perfis que tivessem espalhando desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro.

A decisão foi baseada em um pedido realizado pela Polícia Federal. Outra ordem judicial foi para que conteúdos que botem à prova a legitimidade das eleições no país não sejam mais indicados ou recomendados pelas plataformas. A pesquisa por palavras-chaves, no entanto, continua sendo permitida.

Canais desmonetizados

Diversos canais, em sua totalidade de apoiadores assíduos do atual presidente, foram desmonetizados.

Entre eles estão o Vlog do Lisboa, Terça-Livre, Folha Política, Oswaldo Eustáquio e Jornal da Cidade On Line.

Além das propagações falsas contra o processo eleitoral, tais canais atacam ministros do STF e em especial o ministro Luís Roberto Barroso.

As declarações incentivadas pelo próprio presidente da República geraram um pedido do TSE ao STF para que Jair Bolsonaro fosse investigado sobre a disseminação de notícias falsas sobre o Supremo e seus ministros.