Na noite desta quinta-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou sua já tradicional live semanal, desta vez acompanhado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Durante a live, Bolsonaro mentiu que a Organização Mundial de Saúde (OMS) seria contra a aplicação em adolescentes de vacinas contra a Covid-19. A organização, no entanto, reconhece que o imunizante da Pfizer pode ser dado a jovens a partir de 12 anos.
Queiroga
Ainda na quinta-feira, o ministro Marcelo Queiroga anunciou que seria suspensa a aplicação do imunizante em adolescentes que não apresentem algum tipo de comorbidade. Esta atitude vai contra orientações passadas anteriormente pelo próprio Ministério da Saúde.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, a mudança no plano de vacinação foi realizada por pressão de Bolsonaro e seus apoiadores. Apesar das alegações do presidente, a Anvisa segue autorizando a vacinação de adolescentes com o imunizante da Pfizer.
OMS
A OMS afirma que os quadros de Covid-19 neste grupo costumam ser mais leves do que em adultos, desta forma, em quesito de prioridades, a imunização desta faixa etária seria menos urgente.
Inclusive, a OMS mantém que a vacina da Pfizer é eficaz na faixa entre 12 e 15 anos.
Plano Nacional de Imunização
Ainda durante a live, Bolsonaro disse: "Tem uma lei federal aqui. Você sabe o parlamentar que apresentou essa emenda, o artigo quinto, mandando vacinar o pessoal com comorbidade. Foi baseado em quê, que estudo científico ele apresentou isso? Os deputados e senadores aprovaram isso baseado no quê? Qual a comprovação, qual o estudo nesse sentido?".
Os questionamentos do presidente se referiam justamente ao trecho de lei que inclui adolescentes com comorbidades no plano de imunização.
O projeto de lei foi criado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN) e contou com uma emenda do senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
A emenda foi levada a votação logo após a Anvisa autorizar a vacinação deste grupo com o imunizante Pfizer.
Apesar dos argumentos e alegações de Bolsonaro, a decisão foi baseada na divulgação da Anvisa e a partir de estudos científicos que mostravam que adolescentes com comorbidades apresentavam maior risco de contrair o vírus e ter quadros mais severos.
Bolsonaro omitiu em sua fala que a autorização da Anvisa continua vigente e que a lei em questão foi sancionada por ele.
Fake news
Bolsonaro também voltou a falar da Coronavac, alegando que a vacina está com registro emergencial e que, por isso, não existe comprovação científica dela. Esta informação também é falsa, tendo em vista que todos os imunizantes utilizados no plano de vacinação têm eficácia comprovada.