O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ordenou a prisão e extradição do blogueiro Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre. A decisão foi tomada no dia 5 de outubro, após um pedido realizado pela Polícia Federal. Agora, cabe às autoridades competentes cuidarem da extradição do blogueiro bolsonarista, que atualmente está nos Estados Unidos.
Segundo decisão de Moraes, o nome de Allan deverá ser incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol. Atualmente, o blogueiro é alvo de dois processos que correm no Supremo Tribunal Federal: um envolvendo as milícias digitais e outro sobre fake news.
Nos dois processos é investigada a existência de um grupo organizado que tem como principal objetivo atacar instituições democráticas e compartilhar informações falsas por meio das redes sociais.
No dia 8 deste mês, a Polícia Federal encaminhou ao STF a íntegra das investigações da ação das milícias digitais. Nos documentos constam atitudes consideradas criminosas do blogueiro, uma delas, quando ele tenta influenciar o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e alguns parlamentares integrantes da base aliada a aplicarem um golpe de Estado, isso durante as manifestações antidemocráticas realizadas entre os meses de abril e maio do ano passado.
Renan Calheiros comenta decisão
Como já era de se esperar, não demorou muito até que a decisão de Moraes repercutisse e políticos usassem as redes sociais para comentar o caso.
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), por exemplo, comentou sobre a decisão do ministro destacando o fato de que o blogueiro bolsonarista foi o 1º indiciado pelo relatório final da CPI da Covid a ser preso.
Moraes compartilhou conteúdo de processo
Vale lembrar que em agosto deste ano Moraes chegou a compartilhar parte do conteúdo do processo das fake news com parlamentares que integram o G7 da CPI --grupo formado por senadores de oposição e independentes.
Diante disso, o material foi usado por Renan Calheiros na CPI, isso exclusivamente no momento em que o senador apontou os crimes envolvendo a disseminação de fake news envolvendo a pandemia.
Calheiros dá início à leitura do relatório final da CPI
Renan Calheiros leu o relatório final da CPI da Covid na última quarta-feira (20), o qual pede o indiciamento de 66 pessoas e duas empresas.
Entre os indiciados, o nome do presidente Jair Bolsonaro se destaca. O relator leu parte do relatório, que conta com mais de 1.000 páginas, durante pouco mais de uma hora em uma das sessões da CPI da Covid.
Agora, o relatório final das investigações deve voltar a ser lido na próxima semana e os indiciamentos devem ser encaminhado aos órgãos responsáveis, como o Departamento de Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e aos ministérios públicos estaduais.