Mesmo com as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, permanecerá no comando da pasta, dois interlocutores de Bolsonaro estiveram recentemente em São Paulo para sondar um novo nome para a pasta, informou na sexta-feira (22) o jornalista Valdo Cruz em seu blog no portal G1.
Cruz informou ainda que a busca por um nome para possivelmente substituir Guedes teve o aval do próprio Bolsonaro.
Assessores próximos a Jair Bolsonaro avaliam que seja necessário começar a estudar nomes para o lugar de Paulo Guedes por duas razões.
A primeira delas é que o próprio Guedes pode pedir demissão.
A segunda razão é que uma ala do Governo federal já estaria tentando convencer o ocupante do Palácio da Alvorada a demitir o posto Ipiranga, apelido dado por Jair Bolsonaro a Paulo Guedes.
Esta ala governista defende a saída de Guedes por ele não estar entregando o que havia prometido. O ministro chegou a declarar na última semana que tem o desejo de permanecer no governo para seguir aprovando as reformas estruturais que defende, porém admitiu que havia um limite para sua permanência no governo.
Caso ele tivesse que tomar decisões que pusessem em risco a responsabilidade fiscal, ele não teria condições de ficar no cargo.
Paulo Guedes agora fez ajustes em seu discurso dizendo que o governo federal precisa amparar as famílias que ainda permanecem em situação vulnerável por causa da pandemia da Covid-19.
Debandada
Na última quinta-feira (21), quatro secretários do Ministério da Economia resolveram entregar seus cargos diante da decisão do governo federal de alterar as regras do teto de gastos públicos para conseguir obter verbas para o aumento do Auxílio Brasil e ainda outras despesas, como um auxílio destinado a caminhoneiros.
Bruno Funchal, agora ex-secretário Especial de Tesouro e Orçamento, um dos quatro demissionários, declarou que o governo Bolsonaro demonstra não ter compromisso com a responsabilidade fiscal, o que acaba por minar toda a credibilidade da política econômica.
Denúncia
Na sexta-feira (22), Guedes esteve ao lado de Bolsonaro em um pronunciamento feito por ambos após toda a repercussão da debandada do Ministério da Economia.
O ministro "denunciou" que existem pelo menos dois movimentos de membros da ala política do governo federal que estariam atuando nos bastidores para retirá-lo do cargo.
Segundo Guedes, ministros dessa ala estariam trabalhando para aumentar o Auxílio Brasil. Outra tática usada por essas pessoas, seria a de quem pede sua saída teria entrado em contato com o dono do BTG Pactual, o empresário André Esteves para consultar o empresário sobre possíveis nomes para o comando da Economia, disse Guedes.