Neste último domingo (19), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, para articular a disputa pela presidência do Brasil nas eleições 2022. Essa foi a primeira aparição conjunta em público.
O encontro entre os dois ocorreu no restaurante A Figueira Rubaiyat, em evento organizado pelo grupo de advogados "antilavajatistas" Prerrogativas. Estavam presentes cerca de 500 convidados no evento. Entusiastas viram um grande avanço para uma possível formalização da aliança, que poderá já ser anunciada ainda no início de 2022.
Após o encontro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) se mostrou animado com a gama de partidos que participaram do jantar. "Uma representação enorme de todo o país, com partidos variados. Clima de que as coisas (alianças) estão andando muito bem", disse o senador, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Lula pede fé na democracia
Lula tentou minimizar os 30 anos de rivalidade política entre ambos, por meio de um discurso que durou aproximadamente 42 minutos. O petista ainda ressaltou que pouco importa se no passado foram adversários, pois o desafio que há pela frente propõe que se tornem "aliados de primeira hora" e acrescentou que ambos têm "fé na democracia".
A área do restaurante que foi reservada para Lula, Alckmin e outros políticos estava cercada por um biombo.
O clima foi de descontração. Alguns aliados informaram que os detalhes do acerto não deveriam ser discutidos diante do público.
Ao final dos agradecimentos, Lula afirmou que ainda não definiu a candidatura para a Presidência do Brasil e ainda brincou com o interesse da imprensa em querer tirar foto dele junto com Alckmin.
Alckmin deverá se filiar ao PSB
Alckmin ainda não definiu a qual partido irá se filiar. Questionado pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-tucano disse que irá "aguardar" e que "um primeiro passo foi dado".
Para disputar a eleição como vice na chapa de Lula, Alckmin precisa se afiliar a um partido. Semana passada ele anunciou sua desfiliação do PSDB.
As apostas atualmente são de que Alckmin deverá se filiar ao PSB, de seu aliado Márcio França.
Apoiadores de Lula rejeitam Alckmin
Durante o evento, no entanto, houve quem apontasse as grandes mágoas e feridas que foram abertas ao longo de processos anteriores. Uma parcela dos eleitores de esquerda torcer o nariz para Alckmin, a exemplo do que ocorreu na entrada do restaurante, onde um grupo de apoiadores do ex-presidente Lula gritava "Alckmin não!", causando um certo desconforto para os presentes.