Polêmico quando dava a sua opinião, Olavo de Carvalho separava aqueles que o seguiam daqueles que não o seguiam. A morte do escritor nesta segunda-feira (24) dividiu as redes sociais com suas opiniões e suas polêmicas. As causas da sua morte, no entanto, não foram reveladas pela família. Por outro lado, no grupo que o escritor mantinha no Telegram, foi informado no último dia 15 de janeiro que ele havia contraído a Covid-19 e que, por conta disso, cancelaria as próximas aulas do curso que ministrava pela internet.
Nas redes sociais, muitas pessoas passaram a resgatar várias publicações nas quais o escritor criticava as medidas de isolamento, o uso das máscaras e lançava dúvidas sobre os riscos do coronavírus.
Disse que o “suposto vírus mortífero” não passava de uma “historinha de terror” para botar medo na população e escravizá-la.
Em janeiro do ano passado, quase um ano após o começo da pandemia, o escritor continuava com sua dúvida da letalidade do coronavírus. Dizia ser uma “dúvida cruel” e perguntava se, realmente, o vírus mata ou ajuda as pessoas a entrarem nas estatísticas. Não se sabe se Olavo tenha tomado alguma dose da vacina contra a Covid-19, mas em algumas publicações no Facebook ele fez muitas críticas à CoronaVac, à qual chamava de “vacina chinesa”.
"Na França o primeiro-ministro e o ministro da Saúde que vetaram a cloroquina perderam os cargos e respondem a processo. No Brasil, xingado de genocida é o presidente que, liberando a cloroquina, salvou milhares de vidas.
Esse país é o paraíso da ignorância", publicou Olavo em 15 de julho de 2020.
Na verdade, a demissão dos ministros citados pelo escritor não teve nenhuma relação com a cloroquina. Eles foram acusados de falhar na resposta à pandemia, diante da falta de equipamentos e médicos nos hospitais franceses.
Trajetória de Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho, que se autointitulava como filósofo, embora não tivesse formação acadêmica na área, se projetou a partir dos anos 1980 como articulador conservador, escrevendo em grandes jornais, como Folha de S.Paulo e O Globo. Depois de se mudar para o Estado Unidos, alcançou um grande público com seus cursos online e a venda de livros com forte retórica conservadora e anticomunista. Seu canal no YouTube, criado em 2007, tem mais de um milhão de inscritos e acumula mais de 68 milhões de visualizações.