Senadores da oposição elevam pressão por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Ministério da Educação (MEC), na tentativa de engrossar ainda mais o requerimento, e assim ter força para pressionar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado. A oposição espera conseguir mais dois nomes para lista, que conta com uma assinatura a mais que o mínimo necessário.

De acordo com Vital do Rêgo (MDB-PB), senador e um dos subscritores da CPI, há elementos suficientes para abertura da investigação. Para ele, os fatos levantados em março deste ano já eram suficientes para abertura de uma CPI. No entanto, os novos episódios corroboram ainda mais.

Áudios podem comprometer Bolsonaro

O jornal Folha de S.Paulo divulgou um áudio em que Ribeiro afirma que trata como prioridade os amigos e as indicações do pastor Gilmar Santos, a pedido de Bolsonaro. O ex-ministro ainda cita haver supostamente uma contrapartida para a construção de novas igrejas.

Após o surgimento deste escândalo, Ribeiro foi exonerado do MEC (Ministério da Educação).

Com esses áudios divulgados pela imprensa, o presidente Jair Bolsonaro corre o risco de ser acusado por crime de responsabilidade, caso se confirme que ele tenha, também, preparado o ex-ministro Milton Ribeiro “em relação a uma possível operação”, diz o senador Vital do Rêgo.

CPI do MEC pode ter sido prejudicada, diz delegado

Segundo informações colhidas pela Folha, um outro motivo que corrobora para maior pressão pela abertura da CPI foi a mensagem que o delegado federal Bruno Calandrini enviou aos colegas afirmando que houve “interferência na condução da investigação” em razão de Milton Santos ter recebido um tratamento diferenciado pela polícia.

Apesar da interferência na condução, Pacheco irá instalar a comissão, visto que há todos os pré-requisitos para tal, como o número mínimo de assinaturas, a previsão do tempo necessário para o funcionamento e o fato que determinou tal decisão.

Foco da CPI do MEC será corrupção, diz senador

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é responsável por colher as assinaturas para abertura da CPI para investigar a gestão de Milton Ribeiro no MEC.

O parlamentar destacou que o foco será o escândalo de Corrupção (balcão de negócios) no ministério, envolvendo os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos ligados a Bolsonaro.

O senador, atualmente, está envolvido na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas destacou que sua permanência depende da instauração da CPI do MEC, só então decidirá se permanece na Comissão ou na Campanha Petista.

O Governo Bolsonaro tem tentado dissipar a ideia de criação da CPI do MEC com a apresentação de um requerimento paralelo de CPI para perseguir obras inacabadas relacionadas a educação durante os governos petistas. Contudo, estima-se que os requerimentos seguirão as ordens em que foram apresentados.