O Partido Progressista (PP) negou apoio à abertura de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) da Petrobras, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em meio à discussão do tema na Câmara, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na última terça-feira (21) que a criação da CPI não é “razoável” e não traria resultados nas bombas.

Pacheco sugeriu aos deputados a votação do projeto que cria a conta de estabilização, que poderia bancar uma ajuda de custo para caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativos para a compra de combustíveis e para beneficiários do Auxílio Brasil para a compra de gás de cozinha.

Bolsonaro, por sua vez, tem buscado uma via que não infrinja a lei eleitoral para criar um auxílio caminhoneiro que pode chegar a R$ 1.000 por mês até o final deste ano.

CPI da Petrobras: coleta de assinaturas fica abaixo do necessário

Na última quarta-feira (22), aliados do Governo Bolsonaro que apoiam a criação da CPI da Petrobras conseguiram 134 assinaturas, ainda abaixo das 171 necessárias para qu o documento seja enviado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que determina ou não a abertura da comisão.

André Fufuca (MA), líder do Progressista na Câmara, enviou na terça mensagem para deputados do PP solicitando que não assinem o requerimento de abertura da investigação da Petrobras.

O Republicanos, que também faz parte da base governista, não tem uma orientação formal sobre o apoio à CPI, mas, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, a expectativa é de que os deputados bolsonaristas que migraram para a legenda recentemente assinem o requerimento.

O líder da União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou que a orientação aos deputados da sigla é a seguinte: "Assina quem quiser".

CPI da Petrobras pode ser ampliada a gestão petista, diz deputado

De acordo com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a CPI será instalada e a investigação poderá ser ampliada para fatos ocorridos ainda nas gestões do Partido dos Trabalhadores (PT).

Entretanto, com a posição contrária do PP, alguns líderes governistas acreditam que a CPI provavelmente não sairá do papel.

No cenário que a política e a economia vivem atualmente, aliados de Bolsonaro afirmam que a investigação irá depender da postura de Paulo Guedes, ministro da Economia, que tem resistido a aceitar o pacote de medidas que vem sendo defendido pela Câmara.

Após aumento nos combustíveis, presidente da Petrobras pede demissão

José Mauro Ferreira Coelho, presidente da Petrobras, pediu demissão do cargo na última segunda-feira (20), após novo anúncio de reajuste no preço dos combustíveis, que são definidos pela direção da empresa e por conselheiros da estatal. Atualmente, o conselho possui 11 membros, dos quais seis são indicações do governo Bolsonaro.