Guilherme Boulos (PSOL) ganha espaço no campo da esquerda. O ativista líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) foi escolhido para ser coordenador da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado de São Paulo.
Boulos chegou a cogitar uma candidatura ao Governo de São Paulo, mas optou por uma pré-candidatura a deputado federal.
Na noite desse domingo (17), o político divulgou um vídeo onde falou sobre o que acredita ser a estratégia do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesse período que antecede as Eleições.
Polarização quente
Boulos comentou a morte do petista Marcelo Arruda, que comemorava seu aniversário na cidade de Foz do Iguaçu (PR) e acabou morto por um bolsonarista.
"Bolsonaro quer que você tenha medo. O assassinato bárbaro do Marcelo Arruda, na semana passada, lá em Foz do Iguaçu, na sua festa de aniversário, diante da sua família e de um bebê, seu filho, de um mês de idade (...) E como em todo crime tem aquele que aperta o gatilho, e tem o autor moral, o autor intelectual. O autor moral de toda essa violência é Bolsonaro. Quando prega ódio, morte, ataque aos opositores", acusou.
Mobilização
Mesmo com episódios extremos como o do Paraná, o coordenador da campanha de Lula pede que os apoiadores do ex-presidente não desanimem.
"Por isso, tudo que a gente não pode fazer nesses próximos dois meses, os mais importantes das nossas vidas, é simplesmente ficar recluso em casa com medo, com receio de expressar nossas posições", pediu.
Todavia, o ativista pede cautela. "É lógico que é preciso ter prudência, não cair em provocação e não se expor a agressões.
Mas isso não pode significar silenciamento. Nós temos que entrar nas discussões, defender o nosso lado, que é o lado certo e será o lado vitorioso da história. Defender as nossas candidaturas, ir para rua, fazer comícios, fazer panfletagens, fazer grupos de ações, fazer mobilizações. Isso vai ser decisivo para que a gente conquiste uma grande e retumbante vitória no dia 2 de outubro", vislumbrou.
Boulos acredita na força de sua militância. "Bolsonaro sabe muito bem disso e é por isso que ele aposta na linha de tentar nos intimidar. Mas eu não tenho dúvida e sinto isso a cada dia que converso com nossa militância, que ele não vai conseguir. O sentimento de esperança, de compromisso com o novo Brasil. Da necessidade da urgência de virar a página desse pesadelo é muito mais forte que o medo, do que a intimidação", afirmou.