O presidente Jair Bolsonaro [VIDEO] (PL) participou nesta sexta-feira (15) de mais uma motociata. Desta vez, o mandatário foi, de forma velada, pedir votos para sua tentativa de reeleição no mesmo local no qual em 2018, ainda como deputado federal, levou uma facada enquanto fazia evento para sua candidatura à presidência da República.

Mito

De 2018 para cá muita coisa mudou. Outrora ovacionado em praticamente todos os eventos públicos em que participava, está cada vez mais comum se deparar com a cena em que Jair Bolsonaro é criticado nos eventos organizados por seus aliados para enaltecer sua figura.

Lula

Foi o que aconteceu na sexta, quando uma mulher que estava bem próxima do ocupante do Palácio da Alvorada acusou o mandatário de cometer atos de corrupção e ainda gritou o nome do principal concorrente de Bolsonaro para o Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que segundo as principais pesquisas eleitorais está na frente nas intenções de voto.

Apoiadores de Bolsonaro puxaram a mulher pelo braço e a conduziram para fora do evento. A cena aconteceu na rua Benjamin Constant, região central de Juiz de Fora. Esta é a primeira vez que o presidente volta ao local em que foi esfaqueado por Adélio Bispo no dia 6 de setembro de 2018.

Outra manifestação contrária ao atual líder do Executivo e favorável ao ex-presidente petista aconteceu em outro local.

No caminho da região central até o culto no Congresso Estadual da Assembleia de Deus Madureira, a motociata fez uma parada, foi quando um apoiador de Lula mostrou uma bandeira vermelha e começou a cantar o famoso jingle de Luiz Inácio “Olê, Lula”. O homem e apoiadores de Bolsonaro começaram a trocar xingamentos.

Após chegar ao templo religioso de moto em sem capacete, o presidente foi levantado por sua equipe para acenar aos apoiadores.

Ele estava com a segurança reforçada, Agentes o estavam cercando com placas em maletas blindadas na altura da região abdominal e do quadril.

O evento foi fechado para a imprensa e poucos convidados que estavam utilizando pulseiras puderam participar. Nem mesmo alguns fiéis e seguidores de Jair Bolsonaro puderam entrar. Recentes episódios de violência que tem como motivação intolerância política têm feito com que as equipes de segurança dos pré-candidatos à presidência fiquem mais atentos à segurança dos políticos.

Na semana anterior, um evento de Lula no Rio de Janeiro foi alvo de um artefato com fezes. Naquele mesmo dia o carro do juiz responsável pela ordem de prisão contra Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, foi atacado com ovos e excrementos.

Bolsonaro não tem dado ouvidos à sua equipe, que deseja que ele cumpra agenda em locais restritos, porém o líder do Executivo insiste em ter contato direto com seus apoiadores. A campanha para a reeleição está sob a responsabilidade do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), órgão que tem vinculação com o Palácio do Planalto.