O comitê eleitoral do presidente Jair Bolsonaro [VIDEO] (PL) nos últimos dias tem realizado monitoramentos internos para debater o tema da revelação da compra de dezenas de imóveis em dinheiro vivo pelos familiares do atual presidente da República. A avaliação de membros da campanha de Bolsonaro é que o assunto não apenas “colou”, como ainda reduziu a principal estratégia eleitoral do candidato à reeleição, os ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por escândalos de Corrupção. As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi, do portal G1.

UOL

O portal UOL fez uma reportagem em que mostrou que o líder do Executivo e sua família compraram 107 imóveis a partir da década de 1990, sendo que 51 desses imóveis foram comprados com “moeda corrente nacional”. Ainda que a prática não seja fora da lei, ela levanta a suspeita de que está sendo feita lavagem de dinheiro, ou seja, a prática de esconder a origem ilegal do dinheiro.

Mudança de opinião

Jair Bolsonaro mudou seu discurso sobre a compra de imóveis. Em 2018 ele deu uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e disse que o comum era Doc e que não guardava dinheiro no colchão. Agora, o mandatário afirma que não vê problema na compra com dinheiro em espécie.

O blog de Andréia Sadi ouviu assessores de Bolsonaro que avaliaram que a reação do presidente não é suficiente para varrer o assunto para debaixo do tapete.

Esses assessores defendem que seja usada uma nova estratégia diante do monitoramento que aponta prejuízos à imagem do ocupante do Palácio da Alvorada.

Parte desses assessores quer que o presidente reaja de maneira mais enfática para evitar o aumento do desgaste e minar o discurso anticorrupção, principal estratégia da campanha de Bolsonaro contra seu principal oponente, o ex-presidente Lula, que está na liderança na corrida presidencial, de acordo com as pesquisas de intenção de voto.

A maior preocupação é com o impacto entre as mulheres chefes de família evangélicas e setores médios que estão indecisos. Esta parcela da sociedade tem a corrupção como um tema caro na hora de decidir em quem votar.

Mas o comitê de Jair Bolsonaro está dividido sobre a maneira de reagir. Uma parte acredita que o presidente, que até o momento mal se pronunciou sobre o assunto, precisa se posicionar de maneira firma sobre o tema.

Até o momento, Bolsonaro só questionou o que tem de errado nisso. Para outra parte dos aliados do presidente, ele deve permanecer calado sobre o assunto e se preocupar com isso em um eventual segundo turno.

Este grupo avalia que o caso dos imóveis comprados com dinheiro vivo deverá ter um impacto maior em um possível segundo turno e que agora o presidente deve contra-atacar o ex-presidente petista com as acusações de Antonio Palocci, ex-aliado de Lula e que foi ministro em governos do PT.