O presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma recepção pouco amistosa em Nova York por parte de algumas pessoas. Foram vistos diversos protestos na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). O mandatário brasileiro abre nesta terça-feira (20) a Assembleia Geral das Nações Unidas, onde se espera que seu discurso também seja um ato da sua campanha de reeleição à Presidência da República.

Protestos

No período da noite, o prédio da ONU foi iluminado com uma grande projeção que mostrava a imagem de Bolsonaro, acompanhado de palavras nada elogiosas. Os termos foram projetados tanto em português como em inglês.

O ato foi realizado de forma anônima. Jair Bolsonaro tem recebido fortes críticas fora do Brasil. Ele irá enfrentar outras manifestações desfavoráveis ao seu Governo na cidade estadunidense ao longo do dia, ainda que tenha organizado suas próprias manifestações com apoiadores. Em seu primeiro ano como presidente da República, Bolsonaro foi obrigado a cancelar uma viagem a Nova York após o então prefeito da cidade estadunidense deixar claro que o brasileiro não era bem-vindo.

Para os eventos programados para a terça-feira, o líder do Executivo brasileiro ainda tem na agenda encontros com líderes de extrema direita mundial. Antes de seu discurso na ONU, a reunião irá ser aberta por António Guterres, o secretário-geral da ONU.

Em sua fala, Guterres promete mandar recado negativo para líderes com o perfil de Jair Bolsonaro.

Na semana passada, ao antecipar um trecho de seu discurso, o secretário-geral da ONU declarou que “a solidariedade prevista na Carta das Nações Unidas” não está sendo respeitada por líderes autoritários. Ele ainda lamentou que os mais pobres e vulneráveis no mundo estão recebendo o que ele chamou de “desprezo chocante” de políticos que estão usando as pessoas para obterem ganhos políticos, e para isso estão disseminando discurso de ódio e jogando as pessoas umas contra as outras.

Dívidas

O Brasil chegará ao evento com um saldo devedor de US$ 306 milhões (R$ 1,5 bilhão). Os dados foram levantados pela ONU a pedido da BBC News Brasil. Não estão incluídas neste valor eventuais dívidas do Brasil com outras organizações internacionais.

As regras da ONU dizem que se uma nação acumular dívida equivalente a dois ou mais anos em relação às suas contribuições regulares, este país poderá perder o direito de votar.

O Brasil vem realizando alguns pagamentos da dívida para evitar perder o direito de voto.

Nunca antes na história do Brasil o país perdeu o direito de voto, isto desde fundação da ONU, em 1945. De acordo com a assessoria de imprensa da organização mundial, não há quaisquer mudanças no direito de voto do país da América do Sul atualmente.