Quando tomaram conhecimento de que o presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro [VIDEO] (PL), iria ao Hospital das Clínicas, médicos que atendem na unidade hospitalar ligada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo mostraram indignação.

Em entrevista ao site The Intercept Brasil, um dos médicos declarou que Bolsonaro não foi a nenhum hospital na época da pandemia e agora, quando um policial militar é baleado, o mandatário “vem fazer demagogia e politicagem”.

Protesto

Os profissionais da área médica ficaram sabendo que o líder do Executivo iria fazer uma visita a dois policiais militares que foram baleados e se encontram internados no hospital.

Os médicos, que organizaram o protesto na entrada do hospital, estavam munidos de cartazes que lembravam o descaso e as mortes causadas pelo coronavírus. De acordo com relatos, estavam presentes também policiais militares e apoiadores do presidente da República, o que gerou discussão e ameaças dos bolsonaristas de rasgar um cartaz.

Segundo o relato de um dos participantes, a intenção do protesto era mostrar o quão indignado está o corpo médico do HC com o posicionamento do ocupante do Palácio da Alvorada, que somente agora faz uma visita a um hospital, justamente em época eleitoral. O médico se queixou que Bolsonaro nunca foi prestar assistência aos profissionais da área médica que lá trabalham por muito tempo, principalmente no combate à epidemia da Covid-19.

Os médicos asseguraram que o ato é suprapartidário e conta com profissionais que irão votar nulo.

Foram dois policiais militares que foram baleados e foram levados ao Hospital das Clínicas, eles foram alvejados durante a eleição do último domingo (2). Os policiais foram feridos por criminosos em frente a um colégio eleitoral na zona sul da capital paulista.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarou que o caso não teve motivação política.

A comitiva de Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 21h30, porém entrou por outra entrada e não teve contato com os manifestantes. A SSP (Secretaria da Segurança Pública) divulgou uma nota em que informou que o estado dos policiais é estável –na segunda-feira (3), o quadro de saúde deles foi considerado grave.

O crime

O caso aconteceu durante votação na Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, na rua Olímpio de Oliveira Chalerge, em Cidade Dutra. Os PMs estavam fazendo a segurança de quem foi votar. Vídeos realizados por câmeras de segurança que estão circulando nas redes sociais revelam o momento em que aparecem pessoas correndo e se jogando no chão, dentro da escola. Nenhum dos eleitores ficou ferido.