O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), irá a Brasília nesta segunda-feira (21) e poderá sair com o esboço do que poderá vir a ser o grupo técnico do Ministério da Defesa na equipe de transição. O horário previsto para a chegada do presidente eleito e a agenda do petista com a equipe do gabinete de transição não foram informados.

Ministro da Defesa

Na última semana, o coordenador técnico da transição, o ex-ministro Aloizio Mercadante, comentou sobre o anúncio do futuro titular da pasta da Defesa. Mercadante declarou que iria conversar com Lula antes de fazer o anúncio e que não existe a chance de fazer o anúncio antes da conversa com o presidente eleito, pedindo para as pessoas esperarem até a segunda-feira.

Na última sexta-feira (18), Mercadante disse mais uma vez que o futuro ministro da Defesa "será um civil". Lula já havia declarado que o comando do Ministério da Defesa não iria ser dado para um militar. Atualmente, a pasta tem com seu número um o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Mercadante disse que os nomes que serão anunciados na segunda-feira serão plurais e terão representatividade.

Na mesma segunda-feira também haverá a reunião do grupo de trabalho de Relação Exteriores do gabinete de transição. A reunião irá acontecer no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona a sede da equipe de transição. A reunião acontece depois da volta de Lula do Egito, onde o petista participou da COP27.

Lula também esteve na Europa e se reuniu com Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal.

A participação do Governo eleito nas Relações Exteriores tem sido uma das estratégias escolhidas pelo presidente eleito e seu entorno, eles têm dado atenção ao tema desde a eleição. Lula ganhou o apoio de vários políticos ainda no período eleitoral, entre eles o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.

O grupo de trabalho das Relações Exteriores é formado por ex-ministros do Itamaraty e vários especialistas da sociedade civil. Fazem parte do grupo o ex-ministro e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e o também ex-ministro Celso Amorim (PT). Também faz parte do grupo o ex-ministro da Educação do governo Lula e ex-senador Cristovam Buarque, entre outros.

Divisão

A equipe de transição é formada majoritariamente por homens brancos, paulistas e filiados ao Partido dos Trabalhadores. Dos mais de 300 membros da equipe, por volta de 1/3 são filiados ao PT –o que pode indicar que Lula poderá não cumprir a promessa de fazer um governo de centro. O PT tem bem mais integrantes que o PSB, do futuro vice-presidente Geraldo Alckmin.