O presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou calado sobre os atos terroristas de seus apoiadores em Brasília que deixaram prédios destruídos, carros e ônibus incendiados na zona central da capital do país. Desde o começo dos atos, o atual mandatário fez três postagens no aplicativo de mensagens Telegram, nenhuma delas comentando sobre os episódios desta segunda-feira (12).
Educação
Às 21h41 o chefe do Executivo federal publicou um vídeo do Ministério da Educação que falava sobre alfabetização. Segundo o texto publicado por Bolsonaro, o Brasil se encontraria atualmente em pé de igualdade com nações de primeiro mundo.
Não levou nem um minuto para Jair Bolsonaro fazer outra postagem, desta vez publicando uma foto dele mesmo com um texto que fazia exaltação ao Auxílio Brasil e a outros feitos realizados em seu Governo. Um dos temas abordados foi uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) contra fraudes no Auxílio Emergencial. Passado um minuto da segunda publicação, Bolsonaro voltou a postar nova mensagem, desta vez elogiando um programa que leva energia elétrica na Amazônia Legal.
Enquanto isso
Entre uma postagem e outra do presidente da República, o prédio da sede da PF em Brasília estava sendo atacado por bolsonaristas. Um ônibus em frente à sede da corporação foi incendiado pelos manifestantes.
O indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Jair Bolsonaro, foi preso no começo da noite da última segunda-feira (12) pela PF.
Ele foi detido a 600 metros do hotel onde está hospedado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaristas então não aceitaram a prisão e responderam com atos terroristas, queimando carros e ônibus e também entrando em confronto com policiais militares e federais.
O indígena
José Acácio Serere Xavante, 42 anos, é do Mato Grosso e está filiado ao Patriotas.
Ele se candidatou ao cargo de prefeito de Campinápolis, município que fica a 658 quilômetros de Cuiabá. Ele não conseguiu vencer a eleição, pois teve menos de 700 votos. Nas redes sociais ele afirma ser pastor evangélico e missionário na Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê.
Prisão
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão temporária de Serere Xavante pelo período de 10 dias.
O motivo é que ele teria incentivado e participado de atos antidemocráticos. O pedido de prisão temporária foi uma iniciativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
De acordo com Moraes, o indígena fez a convocação de manifestantes armados para impedirem a diplomação do presidente Lula e o do vice Geraldo Alckmin (PSB). A cerimônia de diplomação aconteceu nesta segunda-feira, em Brasília.