O atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), cometeu crime ao divulgar uma falsa associação entra a vacina contra a Covid-19 e o desenvolvimento da Aid, afirma a Polícia Federal (PF).

Durante uma transmissão ao vivo, realizada em outubro de 2021, Jair Bolsonaro afirmou que relatórios do Governo do Reino Unido teriam apontado o desenvolvimento de Aids em pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19.

No dia 22 de dezembro, a Polícia Federal encaminhou um relatório ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontando que o atual chefe do Executivo acabou cometendo inflações ao incitar a prática de crime e atentar contra a paz da população.

O órgão chegou a tentar colher um depoimento do político, sem sucesso. Mesmo assim, a falta de depoimento de Bolsonaro acabou não comprometendo as investigações.

Live polêmica de Jair Bolsonaro

Na mesma transmissão ao vivo em que mencionou a suposta relação da vacinação ao desenvolvimento de Aids, Bolsonaro deu outras declarações polêmica. Em uma delas, o político chegou a citar um suposto estudo atribuído ao imunologista Anthony Fauci. Nele, era afirmado que "a maioria das vítimas da gripe espanhola" teriam, na verdade, perdido a vida por conta de uma "pneumonia bacteriana" por conta do uso das máscaras de proteção. As falas do presidente foram feitas em uma época em que o uso de máscara era obrigatório no país.

Live de Bolsonaro é excluída das redes sociais

Após a repercussão das falas polêmicas de Jair Bolsonaro, a transmissão ao vivo do presidente foi excluída de várias plataformas sociais por violar as diretrizes de desinformações médicas a respeito do coronavírus. Entre as plataformas que removeram a live de Bolsonaro está o YouTube, o Instagram e o Facebook.

Outros crimes apontados pela Polícia Federal

Além de Jair Bolsonaro, o ajudante de ordens do mandatário, Mauro Cid, também foi citado pela PF no inquérito enviado ao STF. O órgão aponta o tenente-coronel como sendo o responsável pela produção do material divulgado pelo presidente na transmissão ao vivo.

O inquérito teve início após uma representação realizada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que atuou como o presidente da CPI da Covid.

Augusto Aras, procurador-geral da República, chegou a tentar o arquivamento do caso, sob alegação de que os fatos já estariam sendo apurados na PGR, sem sucesso.

No relatório, a PF afirma que Jais Messias Bolsonaro foi devidamente intimado a depor, contudo, acabou optando por fazer valer o seu direito constitucional e, assim, permaneceu e silêncio.

A CNN tentou contato com o Palácio do Planalto, contudo, ainda aguarda retorno até o momento deste artigo.