O Partido Liberal, legenda partidária do presidente Jair Bolsonaro, acionou o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) para cassar o mandato do ex-juiz, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e senador eleito, Sergio Moro (União Brasil-PR), por supostas irregularidades financeiras em sua campanha eleitoral para o Senado. O pedido foi feito pelo diretório estadual do PL no Paraná e está sob sigilo.
Na ação, o partido pede para que a Justiça Eleitoral investigue as supostas irregularidades nas doações antecipadas e nos gastos na campanha de Sergio Moro. Caso o pedido seja acatado, Paulo Martins (PL-PR) poderá ocupar a vaga que atualmente pertence a Moro no Senado. O ex-juiz da operação Lava Jato obteve quase 2 milhões de votos no Paraná, o que dá um percentual de 33,5% da totalidade dos votos. Paulo Martins ficou com a segunda colocação no Paraná, com quase 1 milhão e setecentos votos, o que dá um total de 29,12% dos votos.
De acordo com o site Poder360, a cúpula do PL monitora um pedido de Moro de se filiar ao partido.
Lula
Sergio Moro já dava sinais de insatisfação com o União Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O que se comenta é que o ex-ministro de Bolsonaro encontrará resistência do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e neste cenário, Jair Bolsonaro teria que interferir no caso.
Em visita nesta semana a Brasília, Sergio Moro esteve na tarde de quarta-feira no mesmo hotel em que está hospedado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o Meliá Brasil 21. Moro não quis falar com a imprensa e quando foi perguntado pelo Poder360 sobre a situação, não quis comentar o assunto.
Sergio Moro usou sua conta no Twitter para comentar o pedido de cassação feito pelo partido do presidente Bolsonaro à Justiça Eleitoral.
O senador eleito afirmou que “nada teme”, pois tem conhecimento da “lisura” de sua campanha eleitoral. Ele também escreveu que fica impressionado com pessoas “tão baixas”.
O político ainda escreveu que existem pessoas que não conseguem obter êxito nas urnas e apelam para o “tapetão”. Ele pediu para anotarem esses nomes e acrescentou que essas pessoas não sabem perder e que decidiram se aliar ao PT. O Poder360 entrou em contato com Fernando Giacobo, o presidente do PL no Paraná, que respondeu que não irá se manifestar sobre o tema, pois o caso está tramitando em sigilo de Justiça. Paulo Martins também não quis se pronunciar.